Por Wagner Hilário
“O Brasil hoje e daqui cinco anos” foi o tema do painel setorial que encerrou a 43º Convenção Abras. Com a presença dos presidentes da Nestlé, Ivan Zurita; da Ambev, João Castro Neves; do Itaú-Unibanco, Roberto Setubal; da GS1, Sérgio Ribinik, e da Abras, Sussumu Honda, o painel corroborou a tese com que o evento fora aberto, dois dias antes: o País está no caminho certo, e se depender dos executivos máximos das empresas o futuro será ainda melhor do ponto de vista econômico, do que tem sido o presente, mesmo com a crise financeira internacional.
“Quando projetamos 2009, vivíamos um momento muito negativo. Contudo, como havíamos feito inúmeras inovações, acreditamos que, mesmo com o cenário adverso, seríamos capazes de fazê-las emplacar por meio de investimento em força e estratégia de vendas. O resultado dessa confiança é que vimos de dois trimestres de crescimento”, informou João Castro Neves. De acordo com ele, em volume, as vendas de cerveja no primeiro semestre cresceram 11,9% em faturamento e 7,3% em volume. Em refrigerantes, a expansão foi de 9,9% em volume e de 15,5% em receita no mesmo período. “Diante disso e do que temos visto no País, as expectativas para os próximos anos são bastante otimistas.”
O segundo a falar no painel setorial foi Sérgio Ribinik, que fez questão de enfatizar a necessidade de tornar a integração produtiva entre os elos da cadeia de suprimento mais eficientes. “É fato que os padrões facilitam as interseções entre os elos da cadeia e que o aumento da produtividade e do crescimento passam por esse caminho. Vemos avanços nesse sentido, mas ainda há muito a ser feito e a adesão dos parceiros comerciais é fundamental”, disse Ribinik.
Depois foi a vez de Roberto Setubal, que retomou o tema crise e as razões que levaram o País a ser menos afetado do que a maioria das nações. Resumidamente, Setubal disse que, em primeiro lugar, o Brasil não teve papel central na crise. Segundo, tomou todas as medidas macroeconômicas necessárias para que o impacto fosse o menor possível e, em terceiro, tem um mercado interno muito vigoroso e heterogêneo. A exemplo dos demais, também se mostrou bastante otimista quanto ao futuro, ao futuro do mercado interno e da sua empresa, que tem planos de expansão para além das fronteiras brasileiras.
Ivan Zurita, da Nestlé, trouxe números para ilustrar o bom desempenho da Nestlé no ano de crise e também traçou projeções para lá de otimistas acerca das vendas da companhia no Brasil para os próximos cinco anos. De acordo com ele, a Nestlé planeja faturar, até o fim de 2012, duas vezes mais do que fatura hoje. Ou seja, a empresa deve sair de R$ 15 bilhões para R$ 30 bilhões nesse período. Só neste ano, a companhia espera crescer 10%. “Para atingirmos nossos objetivos, precisaremos muito da ajuda dos nossos parceiros e vocês seguramente são nossos grandes parceiros.”
O painel foi finalizado pelo presidente da Abras, que agradeceu a presença dos palestrantes e reforçou que o principal intuito de qualquer iniciativa empreendida pelos supermercados e as indústrias é satisfazer os anseios dos clientes, sem os quais nenhum negócio é próspero. “É nesse sentido que temos de centrar nossas forças, visando, entre outras coisas, reduzir o custo do trade”, conclui. (A cobertura completa este fórum e de toda a 43ª Convenção Abras estará na edição de outubro da revista SuperHiper).