Por Silvana Lima
A Abras divulgou hoje (28/01), em coletiva de imprensa concedida pelo presidente da entidade, Sussumu Honda, o desempenho de vendas do setor em 2009. No ano passado, as vendas acumuladas do setor supermercadista cresceram em valores reais 5,51% (deflacionados pelo IPCA do IBGE), no comparativo com o total de vendas de 2008. De acordo com o Índice Nacional de Vendas da Abras, em dezembro de 2009 as vendas aumentaram 31,20% em relação ao mês anterior e foram 6,61% maiores que em dezembro de 2008. Agora, no que se refere ao mês de novembro de 2009, as vendas cresceram 3,53% em relação a novembro de 2008 e caíram 2,64%, em comparação a outubro de 2009.
Sussumu Honda considera muito positivo o crescimento das vendas do setor no ano passado, reflexo do aumento da renda e da oferta de empregos. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego registrou em dezembro sua quarta queda mensal consecutiva e chegou a 6,8%.
“Estamos otimistas, os resultados do nosso setor no ano passado foram positivos, principalmente se levarmos em conta o cenário de crise do início de 2009. A situação macroeconômica é boa, 6,8% de taxa de desemprego é histórico. E no setor de exportação também deve haver melhora em 2010”, afirma Honda.
Abrasmercado
Na coletiva também foram apresentados os dados do Abrasmercado, cesta de 35 produtos analisada pela GfK que em 2009 teve crescimento acumulado de 0,32%. Em comparação, o IPCA variou, no mesmo período, 4,31%.
Em dezembro, o Abrasmercado teve queda nominal de 0,04% em relação ao mês anterior. Já na comparação com dezembro de 2008, apresentou alta nominal de 0,32%, passando de R$ 260,68 para R$ 261,51. Em 2009, as maiores altas ficaram com o açúcar (57,20%); cebola (50,70%) e batata (46,50%). Em contrapartida, os produtos da cesta que apresentaram maior queda foram feijão (-34,40%); tomate (-22,70%) e arroz (-15,50%).
“Em 2009, houve estabilização dos preços e a venda em volume no setor cresceu muito”, disse Sussumu.
Índice de Volume
Se o faturamento do setor cresce acima das expectativas, o volume de vendas não fica atrás. Em 2009, o autosserviço brasileiro cresceu 3,20% nas vendas em volume, em comparação a 2008, quando a variação ficou em 0,40%. Esses dados são de estudo realizado pela Nielsen, divulgados hoje durante a coletiva da Abras.
O bom desempenho foi puxado, sobretudo, pelas cestas de bebidas alcoólicas e de perecíveis.
As bebidas alcoólicas, que respondem por 9,4% do faturamento dos supermercados, apresentaram expansão de 8,6% nas vendas. A cesta de perecíveis teve incremento de 7,2%. O fato é que, das cestas representativas, com exceção da cesta Outros — com queda de 3,7%, puxada pelas quedas de cigarro (-4,6) e alimentos para cães (-6,0) —, todas apresentaram aumento no volume de vendas.
“O bom desempenho dos perecíveis em 2009 é um indicador do crescimento da renda da população. Já em 2008, essa cesta apresentou queda de -0,3% devido à alta dos preços. De 2008 para 2009, houve uma grande variação no consumo de perecíveis”, argumentou o presidente da Abras.
Entre os formatos de supermercados, os que dispõem de 20 a 49 check-outs — em sua maioria os hipermercados compactos — tiveram melhor desempenho em 2009, com 9,3% de crescimento no volume de vendas. Bons números também entre os supermercados de 5 a 9 check-outs, com expansão de 7,0% no volume de vendas.
Dentre as regiões em que se verificou melhor desempenho no volume de vendas, destaque para a recuperação do interior de SP e Litoral, que no bimestre setembro/outubro apresentava queda de -0,5%, porém fechou o ano com crescimento de 6,0%, seguida por Nordeste (Ceará e Bahia) e Espírito Santo, Minas Gerais e interior do Rio de Janeiro, com 5,6%. Em Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal houve queda de 1,7% no volume vendido.
Em 2009, os produtos que apresentaram maior crescimento em volume vendido foram: bebida energética (69,6%); molho de tomate refogado (14,3%) e leite em pó (11,4%). Em contrapartida, os produtos que apresentaram maior queda foram uísque (-8,9%); suco de frutas concentrado (-8,6%) e inseticida (-8,2%).