Eneas Pestana, presidente do grupo, disse ontem que o grupo que pretende faturar R$ 2 bilhões este ano com o comércio online. Falando de futuro do comércio e do avanço da tecnologia, disse, com muita simplicidade e franqueza, que as vendas on line prejudicam os supermercados, “porque o melhor é ter o cliente na loja” para incentivar as compras por impulso. “Mas o avanço da tecnologia é uma realidade.” Portanto, o aumento das vendas on line faz parte do futuro do varejo. Em todo o ano passado o comércio on line faturou R$ 10,6 bilhões no País, crescimento de 30% em relação a 2008, segundo o e-bit.
As declarações de Pestana foram dadas durante palestra que aconteceu ontem no Congresso da Associação Paulista de Supermercados, Apas 2010. O vice-presidente do Grupo Pão de Açúcar, Hugo Bethlem, também falou sobre o avanço do uso da tecnologia e a importância do comércio on line, citando que 92% dos consumidores já pesquisam na WEB antes de ir comprar, especialmente itens de eletroeletrônicos, e que 63% registram suas opiniões.
RFID em teste
Pestana, muito simpático e descontraído, disse para uma platéia lotada de proprietários e executivos do setor que o uso da tecnologia de radiofrequência RFID também é a tendência, mas hoje ainda encontra limitadores e não é, portanto, uma solução viável para uso em muitas lojas. “O preço de etiquetas, antenas etc. ainda é muito alto e também há questões de segurança e de privacidade ainda não resolvidas.” De qualquer forma, o presidente do grupo Pão de Açúcar deixou claro que os investimentos pesados em tecnologia vão continuar, inclusive com a tecnologia RFID (em que o grupo é pioneiro no desenvolvimento de projetos, com lojas como as do Pão de Açúcar Market Place e Iguatemi, esta última considerada modelo).
Hoje várias indústrias e redes de varejo estão investindo nessa nova tecnologia de RFID, que substitui as etiquetas com códigos de barra por etiquetas eletrônicas. No setor de supermercados, além do Pão de Açúcar, com lojas-piloto em São Paulo e Brasília, a Coop, da região do Grande ABC, em São Paulo, e a rede Jaú Serv, de Bauru, com uma loja, já têm lojas que utilizam essa tecnologia. Mas outras redes estão investindo em pilotos, como Savegnago, do interior paulista, e Sonda, com lojas na Capital.