Por Wagner Hilário
Para fechar a 44ª Convenção Abras, o diretor-presidente da Nestlé, Ivan Zurita, falou sobre o momento vivido pelo País, de sua convicção de que o Brasil é o País das oportunidades e o que oferece mais condições para empresas que desejam investir e obter retorno. Segundo Zurita, as empresas estão “obrigadas” a ter sucesso por aqui.
“O Brasil é um mercado consumidor. Somos 60% maiores que a China em termos de mercado consumidor, 90% maiores que a Índia e, como é mais do que evidente, ainda há muito espaço para crescer. Basta saber que 87% do consumo no Brasil é feito pelas classes C, D e E. Com a melhoria da renda, como tem ocorrido, isso será inevitável.” Zurita ainda mostrou dados de crescimento do PIB brasileiro e do avanço da classe C na pirâmide social, que em 2003 respondia por 37% da população brasileira, em 2009 passou a ser 49% e em 2014 deve chegar a 56%. Esse ganho de participação é tirado, sobretudo, das classes D e E.
Para exemplificar as oportunidades que o País oferece, Zurita cita a própria Nestlé, que num curto espaço de tempo saiu de faturamento de US$ 4 bilhões para US$ 15,6 bilhões. A atividade da empresa no Brasil, que já faturou menos que a do México, hoje fatura mais que o dobro e já é a segunda operação entre os 100 países em que está presente. De 2008 para 2009, a operação no Brasil cresceu 11,3%. A justificativa para esse desempenho, segundo Zurita, foi a coragem da empresa para investir num momento de crise internacional, a força de suas marcas, que mantêm uma forte e histórica identificação com o consumidor e se mostram capazes de rejuvenescer, bem como a atuação da Nestlé nas comunidades, o que fortalece a imagem institucional da empresa.
“Uma empresa não pode sobreviver em uma sociedade falida e sociedade alguma pode prosperar sem uma economia forte.” Zurita mostrou algumas das iniciativas da Nestlé de cunho sustentável, como o barco-supermercado que alimenta as comunidades ribeirinhas do Pará. Falou ainda da “carreta de cinema”, projeto que leva um cinema itinerante a todas as cidades do País que não têm cinema.
Ao fim, Zurita respondeu às questões dos convencionais. Destacou a necessidade de o País realizar uma reforma tributária que reduza a carga, muito alta hoje para o setor produtivo, e aumente o investimento em infraestrutura, ainda bastante tímido. Falou também em reforma industrial, o que permitiria ao Brasil dividir as regiões conforme suas vocações produtivas.
Zurita falou de outros temas também, que você poderá ler na revista SuperHiper de outubro.