Por Wagner Hilário
O maior varejista do mundo começa a colocar em prática efetivamente a filosofia de negócio que desde sempre praticou nos Estados Unidos e que persegue há quinze anos no Brasil: o Preço Baixo Todo Dia (PBTD). Desde a sua chegada ao mercado brasileiro, a empresa procura praticar o menor preço, mas sem romper com o modelo de varejo tradicional do País, conhecido como high-low, preços ora altos, ora baixos (calcado em promoções pontuais).
A partir de amanhã, 6 de janeiro, porém, dois mil itens terão seus preços reduzidos entre 5% e 20%. Nas semanas seguintes, novas ondas de redução serão feitas até que todos os produtos de todas as lojas do grupo estejam contemplados, o que acontecerá, segundo o presidente do Walmart Brasil, Marcos Samaha, em menos de seis meses.
“Não é uma promoção com prazo de validade. É uma mudança de modelo e de política de preço que só será alterado (depois das reduções a serem realizadas amanhã), quando houver alguma oscilação que não nos permita compensar na margem”, afirma Samaha, que faz questão de esclarecer que as reduções na margem serão um esforço realizado pelo Walmart e pelos fornecedores, mas que a ideia é recompensar esse esforço com aumento significativo do volume vendido. “Os fornecedores, em sua maioria, estão aderindo ao nosso novo modelo.”
Samaha afirma que a iniciativa beneficia todos. “O cliente pagará menos, o Walmart venderá mais e o fornecedor, além de vender mais, poderá programar melhor sua produção e trabalhar melhor a redução de seus custos, até porque não haverá ações promocionais pontuais.” Ou seja, o fornecedor terá seu planejamento facilitado.
A adoção integral do modelo Preço Baixo Todo Dia (PBTD) não se deu antes, essencialmente por dois fatores. “Precisávamos nos adaptar e dar uma mostra do que ele significa para o consumidor brasileiro. Além disso, crescemos no País organicamente e por aquisições. Compramos empresas que eram maiores do que o Walmart à época e que traziam sua bagagem, sua tradição. Não mudaríamos isso do dia para a noite. Mas ainda assim implantamos estratégias como o ‘Cobrimos o preço na hora no caixa sem burocracia’, o que continuaremos a fazer, mesmo agora, depois da adesão ao PBTD.”