Com alto volume nos estoques -90 milhões de litros estão armazenados-, além do dólar desfavorável à importação, os vinhos brasileiros devem começar a ganhar espaço nas prateleiras. Os produtores nacionais chegaram a um acordo com o varejo para aumentar a presença de rótulos brasileiros nas gôndolas de supermercados e outros estabelecimentos. O acordo entre eles permitiu a retirada do pedido de salvaguarda às importações, anunciada pelo governo. Além disso, a cadeia produtiva contará com incentivos à exportação, por meio de parcerias firmadas com órgãos do governo federal.
A briga continuará pela redução dos tributos, a ser calculado dependendo da região produtora. Assim, a expectativa é fomentar o consumo do vinho fabricado no Brasil, para vê-lo passar do atual 1,9 litro per capita, para 2,5 litros até 2016. Com os estímulos, o mercado deverá subir dos atuais 5 a 10% de presença nas prateleiras, para 25% no ano que vem. Se alcançado, o esforço será por conta dos acordos firmados entre entidades como a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em conjunto com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), com a Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba), e com o Instituto Brasileiro de Vinhos (Ibravin), entre outras entidades, com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Segundo Márcio Milan, vice-presidente de Abras, as entidades desde março têm negociado benefícios à cadeia produtiva, e ao consumidor. "Queremos aproveitar o potencial de consumo dos 25 milhões de clientes que entram nos 88 mil supermercados brasileiros para ampliar a comercialização de vinhos. Os consumidores poderão ter um mix maior de itens para apreciar e maior disponibilidade, nas gôndolas, de rótulos nacionais."
O acordo almeja ter, em quatro anos, rótulos nacionais equiparados aos internacionais, o que promoverá um equilíbrio tanto aos importadores quanto aos produtores nacionais. A médio prazo, as entidades querem que o índice de litros vendidos passe dos atuais 19 milhões para 40 milhões, em 2016. "Não podemos esquecer que em breve o País receberá um número significativo de turistas. Queremos aproveitar o fluxo para consolidar as marcas nacionais", disse Milan, ao referir-se a eventos como a Copa do Mundo (2014) e a Olimpíada (2016).
Veículo: DCI