A partir de agora, os supermercados paraenses vão rastrear a produção de frutas, legumes e verduras em todo o fluxo da cadeia. O objetivo é monitorar o uso de agrotóxicos utilizados na produção desses alimentos. Essa foi a principal novidade apresentada ontem, durante o segundo dia da Convenção de Supermercados e Fornecedores da Região Norte, a SuperNorte 2013, que termina hoje.
O controle produtivo será feito a partir do programa de Rastreamento e Monitoramento de Agrotóxicos (Rama), que foi recomendado aos empresários do varejo paraense pelo vice- presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Márcio Milan. Com a adesão ao Rama, a Associação Paraense de Supermercados (Aspas) é a terceira entidade estadual a adotar o programa, que hoje já é utilizado em Santa Catarina e no Rio Grande do Norte.
De acordo com Milan, o Rama está programado para abranger a todos os estados por meio da sinergia de ações com as 27 Associações Estaduais de Supermercados. Ele garante que as coletas técnicas no Pará devem começar ainda neste ano, e serão feitas pela empresa especializada Paripassu.
O programa vai permitir aos supermercadistas paraenses o monitoramento das frutas, legumes e verduras comercializados na loja, por meio de análises de resíduos de agrotóxicos realizadas com amostras recolhidas nas próprias gôndolas.
“A grande vantagem é que o rastreamento dos produtos nos dá maior precisão na identificação da origem dos problemas de uso excessivo ou incorreto de agrotóxicos na produção”, explica Márcio Milan, frisando a importância também da participação dos produtores. “Esse é um trabalho que a Abras, em conjunto com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), bem como o Ministério da Agricultura está desenvolvendo, de forma mais estruturada e aprofundada em cima dos produtos que recebem agrotóxicos na sua produção”, informa. Para Milan, as redes supermercadistas estão conscientes da sua responsabilidade, quanto a levar aos consumidores alimentos seguros e saudáveis. “O Ministério da Agricultura vem fazendo um grande trabalho, através da produção integrada no campo, com os produtores, que entra não apenas na questão da administração do agrotóxico, mas também da cultura”, completa.
Milan destaca que o grande desafio do setor, no momento, e fazer com que o produtor e o agricultor se preocupem com o uso do agrotóxico.
“O supermercado é o local onde o produto entra em contato com o consumidor. Ou seja, o empresário tem a responsabilidade compartilhada e solidária nesta cadeia, então, este trabalho que estamos fazendo em conjunto com o produtor, de conscientização, precisa ser compartilhado em todo o processo”, acrescenta. Ele assegura que os principais produtos a serem monitorados são: pimentão, alface, beterraba, mamão e abacaxi. “Esse trabalho que estamos desenvolvendo aproxima mais a realidade do produtor a do consumidor. E, até então, essa ação era feita apenas pela Anvisa, e hoje está sendo adotada pela iniciativa privada, ou seja, pelos supermercados. Estamos monitorando 25 culturas”, assegura. A palestra Segurança Alimentar e Controle de Agrotóxicos, ministrada por Márcio Mila, que aconteceu na tarde de ontem, teve uma grande participação do setor supermercadista. “Vamos implementar esse programa o quanto antes, pois, trata-se da saúde do nosso consumidor”, assegurou o presidente da Aspas, José Oliveira.
PALESTRAS
Uma das palestras mais aguardadas ontem foi a do técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, José Roberto Guimarães, com o tema “A vitória é um detalhe, a preparação é tudo”. A explanação do técnico girou em torno da sua trajetória vitoriosa no esporte, a qual ele imputa à preparação um dos fatores fundamentais.
“Preparar um time para competir tem muito a ver com o mundo corporativo, já que nos dois casos falamos de administrar pessoas, elaborar um trabalho em equipe com vistas em melhorá-la. O processo é muito similar, seja para vendas, seja para o vôlei”, comenta.
José Roberto destaca que o treinamento é a chave do sucesso, e que a entrega é uma arma que os vitoriosos nunca abrem mão. “São coisas que andam em paralelo, e que dependem da abnegação de todos, do sacrifício, para se alcançar as metas almejadas”, ensina.
A palestra de Carlos Hilsdorf, sobre “Alta performance em negócios de varejo”, que antecedeu a do ex-jogador de vôlei, também teve um grande público, e serviu como um grande impulso para motivar os empresários.
Além das palestras principais, a Escola Nacional de Supermercados, em parceria com a Aspas, realizou dez cursos técnicos. Otimizar as competências e habilidades dos profissionais que atuam nas redes supermercadistas paraenses foi o foco dos treinamentos, todos voltados para o atendimento ao público, a logística de produtos e o trabalho em equipe. De acordo com a coordenadora do programa de treinamentos da 16ª SuperNorte, Luzia Aquime, as qualificações têm como objetivo preparar os funcionários do varejo local para este novo momento que o mercado está vivendo: o consumidor mais, por menos. “Com um público cada vez mais exigente e ciente de seus direitos, é preciso estar bem preparado para recebê-lo. O aperfeiçoamento gerencial é muito válido, para todos os níveis da empresa, do operacional à mais alta estafe”, completa.
A publicitária Jade Vidgal, de 24 anos, que participou do mini curso de marketing e merchadising pretende colocar em prática o aprendizado, assim que voltar ao ambiente de trabalho. “Esse conhecimento nos permite, por exemplo, negociar com os fornecedores os melhores espaços da loja”, assegura.
Veículo: O Liberal - PA