As sete maiores entidades do comércio e serviços do País estão unidas, por meio da Unecs, em torno de pautas comuns e uma frente parlamentar que lhes deu força para reivindicar seus pleitos nacionais
O setor de comércio e serviços, representado pelas sete maiores entidades, detém mais de 20% dos empregos formais e mais de 16% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Apesar de todo o peso econômico, estava difícil ver os pleitos atendidos e as entidades criaram a União Nacional de Entidades do Comércio e Serviço (Unecs).
As demandas comuns da Unecs passaram a ser discutidas por parlamentares, ministros e presidentes das entidades nacionais. A entidade é formada pelas Associações Brasileiras de Supermercados (Abras); de Atacadistas e Distribuidores (Abad); de Materiais de Construção (Anamaco); de Lojistas de Shopping (Alshop); e de Bares e Restaurantes (Abrasel). Além das Confederações Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).
"A Unecs e a frente parlamentar nos deram maior visibilidade institucional e força para levar os nossos pleitos", diz o idealizador da entidade e primeiro presidente, Fernando Yamada, que também comanda a Abras.
Entre as reivindicações comuns está o trabalho intermitente (jornadas de trabalho com horários flexíveis) com a qual, segundo Yamada, o comércio pode gerar dois milhões de empregos.
Outros pontos são a terceirização da mão de obra, mudanças no mercado que detém a operação de cartões de crédito, débito, tíquetes e outros meios de pagamento. "Queremos que outras empresas passem a operar para gerar concorrência e tornar esse mercado mais competitivo", comenta, adiantando que os empresários querem a simplificação e modernização na área trabalhista, previdenciária e tributária para fazer o Brasil mais eficiente e competitivo.
Crédito
José do Egito, presidente da Abad, diz que o setor também reivindica uma política de crédito de longo prazo e com juros mais baixos. "Precisamos de mais crédito de longo prazo e com juros mais baratos", comenta, ressaltando que a indústria brasileira já tem alguma coisa nessa área mas o setor de comércio e serviços não.
O presidente da CNDL, Honório Pinheiro, explica que as entidades se uniram para ganhar sinergia. Pra ele, o mais urgente é a gestão da modernização da legislação trabalhista e a reforma da previdência. Adianta que é preciso adequar as leis com a realidade atual e ter uma interpretação fiel dos contratos do trabalho. "É hora de aproveitar as mudanças para criar condições que impulsionem o setor de comércio e serviços nacional".
A Unecs destaca que a frente parlamentar foi criada para promover ações de aprimoramento da legislação federal e fomentar o crescimento do setor, gerando mais empregos e renda para o Brasil. Observa ainda que a associação suprapartidária, constituída na esfera do Congresso Nacional, conta com mais de 270 parlamentares.
Fonte: Artumira Dutra - Jornal O Povo