O aumento dos tributos sobre o diesel deverá refletir em elevação de preços para o consumidor, segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Em nota, Clésio Andrade, presidente da organização, afirma que o aumento de impostos sobre o diesel terá um impacto de 2,5% sobre o preço do transporte de cargas no Brasil.
Como consequência, a elevação de tributos acarretará aumento de preços de alimentos e de todos os produtos consumidos pela população.
Em meio a dificuldades para fechar suas contas, O governo aumentou as alíquotas de PIS e Cofins sobre combustíveis. No caso do diesel, o aumento foi de 86%.Com isso, o diesel terá aumento de R$ 0,21 por litro. Seu preço médio no país foi de R$ 2,94 em julho, segundo a CNT.
A confederação diz que o aumento de impostos vem em momento ruim para o setor de transportes, após queda de 7,1% em 2016 e o fim da desoneração sobre a folha de pagamentos.
Segundo a CNT, além de elevar preços, o aumento da carga tributária ameaça empregos no setor de transporte.
"Para barrar o déficit público, em vez de aumentar impostos, o governo precisa buscar novas receitas de concessões e privatizações, investir em infraestrutura e prosseguir na modernização do Estado, realizando, ainda este ano, a Reforma da Previdência", disse em nota o presidente da CNT.
Renegociações
O aumento de alíquotas levará a renegociações de contratos entre empresas que contratam fretes e transportadoras, diz Pedro Lopes, presidente da ABTC (Associação Brasileira de Logística e Transporte de Cargas).
"Alguns embarcadores [empresas que enviam as mercadorias] são sensíveis ao aumento de custos. Outros, com dificuldades devido ao momento econômico, vão barganhar para que não assuma esse aumento. O diálogo será meio demorado", diz.
Ele diz que o setor de transporte já trabalhava com preços de frete defasados em relação ao custo, devido à crise econômica. O setor esperava uma recuperação de margem com o início da melhora da economia, mas o aumento de alíquotas impedirá que isso aconteça.
Lopes avalia que o aumento do Pis e da Cofins trará um aumento de custos que ficará entre 4% e 7% para o setor.
Outros setores
Outras associações também manifestaram desagrado com o aumento dos tributos.A ABComm, do setor de comércio eletrônico, afirmou que o aumento dos combustíveis impactará em aumento nos preços e inflação em toda cadeia produtiva brasileira, incluindo a do comércio eletrônico, em razão do aumento de custos dos frete das encomendas expressas.
Em nota, João Sanzovo, presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), disse que o aumento no valor dos combustíveis terá reflexo em toda a cadeia de abastecimento e irá penalizar todos os setores da sociedade.
Já a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos) disse que avalia que o momento para a indústria é de reafirmação de seus planos e propósitos, com ligeira retomada, não sendo o melhor cenário para uma elevação dos custos. Com informações da Folhapress.
Fonte: Minas 1