Supermercados aumentam projeção para 2017

Leia em 2min 50s

A melhora do desempenho no fim do primeiro semestre levou a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) a revisar a previsão de crescimento real do setor de 1,3% para 1,5% em 2017 (deflacionado pelo IPCA/IBGE), informou ontem a entidade. Se atingir essa faixa, o aumento ficará próximo ao verificado no ano passado, quando o mercado cresceu 1,58%.

A liberação do saldo das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a queda na inflação, que pode disponibilizar uma renda maior para consumo, e o fato de o mercado de trabalho ter registrado leve melhora justificam a mudança, diz a entidade.

 

"Chegamos a considerar um cenário mais otimista, com aumento de 1,8%, mas o fim dos repasses do FGTS e incertezas envolvendo esse cenário político, que tornam mais difícil determinadas previsões, nos levaram a preferir uma posição mais cautelosa", disse o presidente da Abras, João Sanzovo Neto.

 

Ontem, a associação informou que as vendas do setor em valor tiveram crescimento real de 2,71% em junho sobre mesmo mês do ano anterior. Em comparação a maio, a elevação é de 0,59% (deflacionado pelo IPCA/IBGE).

De janeiro a junho, as vendas apresentaram expansão real de 0,95% em cima de uma estabilidade no mesmo intervalo de 2016, quando a alta foi de 0,07%.

 

Apesar do maior otimismo da Abras, a consultoria Nielsen informou que o volume vendido no varejo alimentar no país (incluindo supermercados, hipermercados e atacado) não cresceu de janeiro a junho sobre o ano anterior - houve leve queda de 0,2%. Mas o desempenho é visto como positivo, porque indica uma interrupção no processo de queda mais forte.

 

Sanzovo Neto disse que sinais iniciais mostram que a demanda nas lojas em julho se manteve em crescimento em relação ao ano passado e indicam estabilidade em comparação a junho. A entidade ainda não tem prévia de dados relativos a este mês.

 

Apesar de os varejistas de supermercados ainda não terem verificado efeito positivo da queda da inflação no nível de consumo, Sanzovo Neto acredita que o mercado possa começar a se beneficiar da redução nas remarcações de preços ainda neste ano. Na terça-feira, o comando do Grupo Pão de Açúcar (GPA) alertou para o efeito da menor inflação sobre a receita da empresa. Isso ainda estaria pressionando para baixo a receita das grandes cadeias de alimentos do país - os preços caem, mas não há aumento no volume vendido.

 

Para o GPA o cenário ainda é "difícil e complexo". Questionado sobre isso, Sanzovo reafirmou acreditar numa recuperação dos indicadores de vendas neste ano.

"Acreditamos que haverá um gradual aumento em volume [vendido] ainda neste ano, e que deve ir crescendo mais em 2018, como reflexo de condições econômicas um pouco melhores, como emprego e juros menores", disse o presidente da Abras.

 

Dados publicados ontem pela Abras, com base numa pesquisa da Nielsen, mostram que de, janeiro a junho, o atacado foi o único segmento com expansão no volume vendido, com alta de 5%. As lojas de vizinhança (que têm de um a dois caixas) apuraram queda de 1,6%; os supermercados, redução de 1,4%; e os hipermercados, queda de 10%.

 

 

Fonte: Valor Econômico

 


 


Veja também

Vendas nos supermercados crescem 0,95% no semestre

As vendas em valores reais do setor de supermercados apresentaram alta de 0,95% no primeiro semestre de 2017 na compara&...

Veja mais
Economia mantém ritmo lento e frágil recuperação

Apesar do aumento das incertezas decorrentes da crise política que ameaça o mandato do presidente Michel T...

Veja mais
Vendas do setor registram alta de 0,95% no primeiro semestre

Coletiva de imprensa na sede da ABRAS   As vendas do setor supermercadista apresentaram alta de 0,95% no ...

Veja mais
UNECS se reúne em Brasília para planejar ações para os próximos anos

          Reunião da UNECS, em Brasília     ...

Veja mais
Com aumento de impostos produtos devem ficar mais caros

Com o aumento dos tributos sobre os combustíveis com acréscimos de R$ 0,41 por litro de gasolina e R$ 0,21...

Veja mais
CNT: aumento de imposto sobre diesel elevará preços para população

O aumento dos tributos sobre o diesel deverá refletir em elevação de preços para o consumido...

Veja mais
Com aumento de impostos sobre combustíveis, outros produtos devem ficar mais caros

Com o aumento dos tributos sobre os combustíveis, que deverá acrescer R$ 0,41 no litro de gasolina e R$ 0,...

Veja mais
Preço do frete deve subir de 2,5% a 4% com aumento de impostos sobre diesel

O aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre o diesel, anunciado pelo governo na quinta-feira (20), deve impactar os...

Veja mais
Com aumento de impostos sobre combustíveis, outros produtos devem ficar mais caros

Com o aumento dos tributos sobre os combustíveis com acréscimos de R$ 0,41 por litro de gasolina e R$ 0,21...

Veja mais