São Paulo - O setor de supermercados brasileiros prevê melhora nas vendas reais em 2017, elevando sua projeção de crescimento no ano para 1,5%, ante alta de 1,3% esperada anteriormente, em linha com as expectativas de queda de juros e da inflação, informou ontem a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Em junho, as vendas reais do setor no Brasil tiveram alta de 0,59% ante maio e de 2,71% em relação ao mesmo mês de 2016, disse a Abras. Os supermercados encerraram o primeiro semestre com alta de 0,95% nas vendas reais ante igual período do ano passado, de acordo com a entidade.
O cenário reflete a melhora de alguns fatores econômicos, afirmou o presidente da Abras, João Sanzovo Neto. "O que a gente sente é que a queda na inflação, um pequeno crescimento das contratações, o dinheiro do FGTS fizeram com que esse resultado fosse positivo", afirmou.
A perspectiva da Abras é de que a tendência de crescimento seja mantida no mês de julho, segundo Sanzovo Neto. No entanto, a apreensão em relação ao cenário político mantém os empresários cautelosos quanto ao desempenho do setor no ano, com o índice de confiança dos supermercadistas caindo a 48,4% em junho, de 50,5% em abril.
Conforme o diretor de relacionamento da empresa de pesquisas de mercado GfK Brasil, Marco Aurélio Lima, encarregado do índice, o levantamento reflete o impacto das denúncias de Joesley Batista, do grupo JBS, contra o presidente Michel Temer e os temores sobre seus reflexos na economia.
"Nós tínhamos índices (de confiança) muito altos no início do ano, porque muitos empresários achavam que haveria uma grande melhora em 2017. E quando entrou a divulgação das gravações da JBS, isso os impactou", disse Lima.
Fonte: Diário do Comércio de Minas