Na quinta-feira (24/08) foi realizada, na sede da APAS, zona oeste de São Paulo, uma coletiva para a divulgação dos dados coletados do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA), referentes ao primeiro semestre de 2017. O programa consiste no monitoramento e rastreabilidade de frutas, legumes e verduras (FLV), com foco no controle de quantidade e qualidade de agrotóxicos utilizados desde a produção até o ponto de venda, e conta com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Idealizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o RAMA rastreou 618 mil toneladas de frutas, legumes e verduras nos primeiros seis meses de 2017, o que representa avanço de 12% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Em 2016, a soma do total de FLV rastreado atingiu a marca de 1,2 milhão de toneladas. Segundo o superintendente da Abras e coordenador do Programa, Marcio Milan, o objetivo é fechar o ano com um crescimento de aproximadamente 6,5% nesse resultado. “A rastreabilidade e o monitoramento são tendências no mercado global de alimentos.
O RAMA traz modernidade e segurança para a cadeia de abastecimentos do país. De forma crescente e evolutiva, supermercadistas, fornecedores e produtores, estão percebendo a necessidade e a importância da adesão ao Programa, que é referência como ferramenta de apoio ao controle de defensivos agrícolas, garantindo, assim, mais segurança para a população”, afirmou Milan. De janeiro a junho deste ano, o RAMA registrou melhoria de quase 7% em relação à redução dos resíduos químicos nas frutas, legumes e verduras vendidos pelos supermercados participantes do Programa em relação ao mesmo período de 2016. A conformidade desses resíduos, no primeiro semestre de 2017, foi de 77%.
No ano passado, o resultado fechou em 72%, de acordo com a PariPassu, gestora técnica do Programa. Na ponta do lápis, a participação do FLV no faturamento dos supermercados, no último ano, foi de 9,1%, totalizando cerca de R$ 30,8 bilhões. Quando o foco são os estabelecimentos que participam do programa, a soma ficou em torno dos R$ 70,4 bilhões em 2016 e a média do FLV atingiu os 10,5%, ou seja, 15,3% acima da média nacional. E a tendência é a de que esses números cresçam ainda mais, já que as vantagens para os supermercadistas são inúmeras e a soma de redes varejistas avançou 4,5%, totalizando 46 redes registradas no programa. Esse número representa 20% de toda a venda de FLV realizada no país.
“São várias as vantagens, mas a principal delas é que você consegue, a partir de um produto que satisfaz a necessidade do cliente, saber exatamente a origem dele. Por outro lado, de repente, ele tem na gôndola três fornecedores de tomate, e desses três, um está dando algum tipo de problema. Uma vez que ele conseguiu monitorar, ele vai entender a origem desse produto com problema e atacar a causa diretamente.
Essa é a principal vantagem para o varejista. Isso serve para ele reconhecer o bom fornecedor, o que acaba ajudando-o a reduzir quebra, porque um produto bom vai vender rápido, um produto com problemas, além de ele vender menos, vai gerar quebra na gôndola”, analisou o diretor-presidente da produtora Trebeschi, Edson Trebeschi. Outro ponto positivo ressaltado na coletiva foi o fato do bem-estar do consumidor. “O varejista consegue garantir que aquele alimento que o consumidor está levando é seguro, e que está dentro dos limites permitidos da legislação. E o alimento que está dentro dos limites não causa nenhum dano à saúde. Eles são produtos de consumo diário, em que o cliente consome mais do que outros tipos de produtos e que se a qualidade não estiver segura, ao longo do tempo, poderá apresentar um problema na saúde do cliente”, concluiu Milan.
Fonte: SuperVarejo