Diante da greve dos caminhoneiros, que chegou ontem (23) ao terceiro dia, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou nota afirmando que já identifica falta de produtos em alguns estados.
“Mesmo com o esforço do setor de supermercados para garantir o perfeito abastecimento da população brasileira, identificamos que alguns estados já começaram a sofrer com o desabastecimento de alimentos, e que isso poderá se estender para todo o Brasil nos próximos dias, se algo não for feito”, diz a Abras. No comunicado, o setor diz que procura “sensibilizar o governo federal para que uma solução seja tomada imediatamente”.
A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) informou que a situação da distribuição de alimentos tem se agravado a cada dia. “Ainda não há levantamento completo dos prejuízos, mas apenas uma das empresas associadas relata mais de 1,1 mil toneladas de produtos não entregues a clientes, carregadas em caminhões que não chegam ao destino”, afirma a associação.
Na Central de Abastecimento (Ceasa) do Rio de Janeiro, já é possível perceber a falta de alimentos, como batata e cenoura, segundo a chefe da Divisão Técnica da Ceasa, engenheira agrônoma Rosana Moreira. A central recebe muitos produtos de Minas Gerais e São Paulo. Até mesmo carregamentos de alimentos produzidos no estado, como tomate e pimentão, não estão chegando por causa dos bloqueios.
Veículos
Outra entidade que também alerta para possíveis prejuízos é a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que considera a situação preocupante e se permanecer, até o fim de semana, poderá levar à paralisação da produção de veículos.
“Muitas fábricas já pararam suas linhas de montagem e, se a greve dos caminhoneiros continuar até o fim de semana, é certo que todas as fábricas pararão. Com isso, teremos uma queda na produção, nas vendas e nas exportações de veículos”, afirmou o presidente da Anfavea, Antonio Megale, em nota.
Petrobras
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou na noite de ontem (23) uma redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 15 dias. A decisão, segundo ele, busca contribuir com uma possível trégua no movimento dos caminhoneiros, que estão paradas nas estradas há três dias contra preço do combustível.
Fonte: Diário do Leste