Em meio aos protestos dos caminhoneiros, associações relatam impactos na produção e distribuição de alimentos, enquanto supermercados e postos de combustíveis em vários estados enfrentam dificuldades para repor os produtos.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mais da metade da produção de carne suína e de aves já está parada, com 78 frigoríficos com operações suspensas. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) acrescenta que há também impactos na produção de carne bovina.
Até agora, 129 frigoríficos já pararam as produções de carne bovina, suína e de aves. As associações que representam os setores estimam que esse número suba para 208 até sexta-feira (25) se a situação não se normalizar. Caso isso se confirme, o resultado será a paralisação de cerca de 90% da produção nacional de carne.
A produção de outros alimentos também é impactada, como o leite. Em uma cooperativa no Paraná, foram descartados 6 mil litros em dois dias por causa da dificuldade de escoar a produção. Outro produtor jogou fora um total de 1,3 mil litros pelo mesmo motivo. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) disse que manterá somente até esta sexta (25) a liberação do transporte de remédios, carga viva e produtos perecíveis.
O movimento dos caminhoneiros também tem provocado falta de produtos nas prateleiras dos supermercados em diversos estados. "Isso poderá se estender para todo o Brasil nos próximos dias, se algo não for feito", disse a entidade em nota. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), foram registrados até a tarde desta quarta casos de desabastecimento em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Tocantins, Santa Catarina e São Paulo.
Também há desabastecimento nos postos de combustíveis, segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis). Há ainda um alerta sobre os combustíveis para aviões. Segundo a Infraero, 5 aeroportos no Brasil têm combustível suficiente para operar somente até esta quarta-feira, enquanto outros 6 têm para, no máximo, dois dias.
Há ainda dificuldades na distribuição de gás de cozinha em Goiânia e no Distrito Federal, segundo o Sindigás. Já os Correios suspenderam temporariamente as postagens das encomendas com dia e hora marcados.
Fonte: Rádio Tangará