Varejistas conseguem driblar impactos da crise

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Com o ritmo de crescimento colado ao PIB, as redes varejistas do Paraná se saíram bem na crise, com resultados melhores que a média nacional, aproveitando o momento positivo do agronegócio, cuja demanda é decisiva para as vendas dos supermercados, particularmente no interior do Estado.

 

Em abril, segundo a Associação Paranaense de Supermercados, o segmento registrou crescimento real de 1,75% em relação a 2017, quando a economia paranaense avançou 2,5% e a média nacional do setor foi de 1%.

 

Ao fim de 2017, o Estado ganhou participação relativa - de 9,5% do faturamento nacional, registrada em 2016, para 10%. Com isso, o Paraná ficou em quarto lugar no ranking por Estados, com faturamento de R$ 28 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O Estado tem uma rede de 625 unidades, 7,2% do total de lojas instaladas no país.

 

Fundado em 1974 em Cascavel, na região Sudoeste do Estado, o Grupo Muffato é líder do setor no Paraná e a quinta maior rede de supermercados do país. Com faturamento anual na casa de R$ 6 bilhões, tem 56 lojas (18 no Paraná) e 13 mil colaboradores diretos. Também presente no interior do estado de São Paulo, o grupo atua com as marcas Super Muffato, no varejo e Max Atacadista, no atacarejo.

 

Apesar das turbulências, o grupo de Cascavel planeja abrir outras três unidades ainda neste ano, diz Éverton Muffato, diretor da rede. Das novas unidades, duas delas ficarão no Paraná, uma em Arapongas e outra em Foz do Iguaçu - a terceira loja será em São José do Rio Preto, no interior paulista.

 

Em 2017 o grupo manteve o ritmo de 19% de crescimento no faturamento, apesar da deflação e seu impacto direto no negócio. Segundo Muffato, a queda contínua dos preços traz aspectos negativos para as redes, que faturam menos e têm dificuldades de repassar o aumento de custos. "Como as cooperativas são muito fortes, tínhamos passado à margem da crise, principalmente no interior. Entramos otimistas em 2018, mas agora está difícil fazer qualquer previsão", afirma Muffato, que em 2017 abriu quatro unidades.

 

Com um faturamento anual de R$ 810 milhões no ano passado, a rede Superpão, quarta do Estado, cresceu 14% em relação a 2016. Em julho, inaugura uma unidade, resultado de investimento de R$ 25 milhões. Localizada na cidade de Palmas, no sudoeste do Estado, será a 25ª unidade - ao todo, a rede está em 11 cidades do Paraná e uma de Santa Catarina.

 

Diante do contexto complicado, a intenção de investir mais "subiu no telhado", segundo Luiz Maurício Hyczy, diretor-superintendente da Superpão. "Quando se imagina que o país vai descomplicar, complica-se ainda mais", diz o empresário, para quem os meses de março e abril pareceram promissores, ainda que sem motivos concretos. "A greve dos caminhoneiros  deixou toda a indústria em dificuldades sérias. Seu impacto será muito maior do que parece porque afetou diretamente o lado real da economia. E certamente afetará a disposição de investimento", avalia Hyczy. Em 2017, a rede inaugurou duas unidades.

 

No portfólio de lojas, a Rede Superpão se concentra na comercialização dos produtos voltados para consumidores das classes B e C, que representaria, segundo a rede, 85% das vendas. "Apesar da deflação que houve no varejo, muitos itens subiram, como energia elétrica, combustíveis e gás de cozinha, afetando o poder de consumo dessas faixas de renda", diz Hyczy. "O problema é que o custo e o peso da máquina pública estão muito altos e ela não faz o dever de casa", afirma.

 

Na avaliação do superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, o momento difícil tem levado as redes a se concentrar na busca por mais eficiência e na manutenção da margem de lucro, afetada pela crise. "Mas comparado com outros segmentos, o de supermercados conseguiu até aqui nadar de braçada", diz Rovaris, que estima a abertura de 12 a 16 lojas das principais redes ao longo deste ano no Estado. "O destaque têm sido lojas para as classes A e B."

 

Fonte: Valor Econômico

 


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