Supermercados empregam mais de 5 mil pessoas no município

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Nesta segunda-feira, 12, é celebrado o Dia Nacional dos Supermercados. A data é importante para a economia nacional. O setor de supermercados é um dos mais fortes do Brasil.

 

Essa importância pode ser medida em números. Em 2017, o setor supermercadista brasileiro registrou faturamento de R$ 353,2 bilhões em 2017, um crescimento nominal de 4,3% na comparação com 2016, de acordo a 41ª edição da Pesquisa Ranking ABRAS/Super Hiper, elaborada pelo Departamento de Economia da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), em parceria com a Nielsen.

 

Em Mossoró, o cenário não é diferente. Os supermercados estão entre os setores com maior faturamento e são, também, um dos que mais empregam.

 

Dono de uma das principais redes de Mossoró e diretor administrativo da Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte (ASSURN), Jair Queiroz informa que somente as três principais redes que dominam o comércio supermercadista do interior do estado empregam mais de 5.000 colaboradores diretos.

 

Mesmo estando em constante crescimento com a instalação de novas unidades, o setor não ficou imune à crise econômica nacional e também sofreu com ela. “Nosso setor sofreu nos últimos anos com a crise econômica que atingiu o país, e em Mossoró foi pior, que acompanhou a queda de investimento da Petrobras e 5 anos de seca severa que influenciou negativamente a nossa economia, o que afetou a venda nos supermercados”, relata Jair Queiroz.

 

Para enfrentar o momento de dificuldade econômica nacional e local, os supermercados tiveram de rever custos e se adequar à nova realidade de consumidores com diminuição de renda e aumento do desemprego, “adequando o mix de produtos para essa realidade, diminuição no valor das compras e a troca por produtos de marcas mais baratas”, observa o empresário.

 

A crise não só provocou mudanças como também fez surgir o que pode ser chamado de evolução dos supermercados: os atacarejos. Vários empresários já estão investindo nessa modalidade de negócio em que se destaca pela prática do menor preço para quem compra em grandes quantidades. “O atacarejo é uma realidade que veio para ficar, principalmente em momentos de crise econômica, em que o cliente deixa muitas vezes de optar por um serviço de melhor qualidade por preços mais baixos”, analisa Jair Queiroz.

 

A fuga para um novo modelo de negócio pode ser explicada pelo crescimento abaixo do projetado para o setor supermercadista neste ano.

 

O crescimento acumulado é de 1,92%, de janeiro a setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o Índice Nacional de Vendas da Abras, diante de uma projeção de crescimento de 2,53% para 2018.

 

"As nossas vendas continuam no processo de estabilidade deste maio, registrando números em torno de 2% no acumulado do ano. Em relação à nossa projeção de fechamento das vendas para 2018, estimada em 2,53%, o nosso resultado ainda está abaixo do esperado. Nos últimos meses, o consumidor se manteve receoso com o cenário econômico e político do país, a nossa perspectiva é que isso melhore gradativamente passadas as eleições. E estamos trabalhando para isso, e nos mantemos otimistas para o final do ano", destaca o presidente da Abras, João Sanzovo Neto.

 

“A expectativa é que com o novo governo, a economia melhore e voltemos a crescer em níveis melhores em 2019”, acrescenta Jair Queiroz. A reportagem tentou falar com os representantes das outras duas grandes redes de supermercados de Mossoró, mas não teve sucesso.

 

Mercearias sobrevivem na periferia

 

Mesmo com as grandes redes dominando o mercado local, os mercadinhos e mercearias sobrevivem nos bairros mais periféricos e em desenvolvimento.

 

A reportagem do JORNAL DE FATO visitou os bairros Dom Jaime Câmara e Sumaré e constatou a existência de dezenas de pequenos e médios comércios que buscam vencer a concorrência com as grandes redes com alguns trunfos, incluindo a proximidade e a relação pessoal com os clientes.

 

É o que afirma o comerciante Luzivaldo Soares Bezerra. Ele abriu uma mercearia há pouco mais de um ano, após ser mais uma vítima da crise que atingiu o setor de petróleo e gás no Rio Grande do Norte, e para bater a concorrência, aposta no bom atendimento, na margem de lucro baixa e na proximidade com os clientes. “O cliente não precisa se deslocar para longe de casa, pois no bairro tem o que ele precisa. Mas o principal diferencial é o voto de confiança que somente o comércio de bairro dá ao cliente, vendendo fiado, na famosa caderneta”, destaca Luzivaldo.

 

Outra arma contra os grandes supermercados é a venda fracionada, em retalho. “Nos grandes, o cliente não compra um rolo de papel higiênico, uma vela ou outro produto qualquer”, reforça o comerciante.

 

Aposta em um Natal gordo para os supermercados

 

Os empresários do setor supermercadista projetam crescimento nominal de 10,27% nas vendas de final de ano, de acordo com a Pesquisa Natal 2018 da Abras.

 

Mesmo com perspectivas positivas, a maioria dos empresários mantém cautela em relação às suas encomendas. Em 2018, 66% dos supermercadistas entrevistados na pesquisa projetam compras no mesmo patamar junto às indústrias/fornecedores e apenas 18% estão mais otimistas e acreditam em vendas superiores em relação a 2017.

 

De acordo com João Sanzovo Neto, o setor de supermercados segue com resultados positivos e no caminho da recuperação econômica, o que contribui para um melhor otimismo dos empresários em relação às vendas de final de ano.

 

"Nossa Pesquisa Natal mostra que alguns itens tiveram crescimento nas apostas na comparação com 2017, o que demonstra melhor confiança dos supermercadistas para o período. Independentemente das perspectivas, os nossos clientes vão encontrar muita dedicação dos empresários do setor, que estão se preparando da melhor maneira possível para recebê-los", declara.

 

Fonte: De Fato

 

 


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