A partir de julho deste ano, a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca dará início a um censo aquícola. Através da realização de entrevistas com os produtores do setor do País, o governo federal pretende se aproximar das propriedades de todos os produtores, sejam eles de camarão, de peixes, de ostras, mariscos ou mexilhões. Por meio de 232 recenseadores que atuarão na iniciativa.
De acordo com o secretário adjunto da Seap, Dirceu Lopes, o censo é extremamente relevante porque hoje a coleta de informações na área da aquicultura ainda é muito precária. "Não existe uma sistemática de coleta nem uma rotina de coleta de dados sobre a produção neste setor. Por isso, através de um convênio com o IBGE, será oportunizado, a partir deste ano, a atualização da estatística pesqueira e aquícola", argumenta.
Segundo os dados de 2007, o Brasil produz 289 mil toneladas de pescado cultivado. A expectativa é de que a produção deve ter crescido pelo menos 20%.
De acordo com Lopes, o censo permitirá o levantamento da quantidade, da diversidade de pescados produzidos no país, ou seja, o volume também por espécie. O objetivo é utilizar as informações para a realização de políticas públicas e focar, por exemplo, o trabalho de pesquisa, o crédito, a assistência técnica, os investimentos na área da infraestrutura nas diferentes regiões do Brasil. Além disso, vai medir o impacto das políticas que estamos implementando. O censo se inicia no final de julho.
Produção de pescados
De acordo com o ministro da Seap, Altemir Gregolin, a produção de pescados no Brasil depende do consumo por parte dos brasileiros. "O Brasil tem o privilégio de ter em torno de 200 milhões de habitantes, um grande mercado interno. No entanto, atualmente consumimos apenas sete quilos habitante/ano de pescado. Temos uma política de fortalecer este mercado e estimular o consumo, por duas razões: primeiro porque é um produto extremamente saudável. Segundo, porque na medida em que aumentamos o consumo do pescado, estaremos elevando a demanda e assim criando as condições para aumentar a oferta, elevando a produção interna", enfatizou o ministro.
Nos últimos três anos, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as redes de supermercados ampliaram as vendas em torno de 15% ao ano de pescado. Ano passado, de todo o pescado consumido no Brasil, 16% foi importado. "Foram 209 mil toneladas. A indústria pesqueira brasileira na semana passada me dizia que, tradicionalmente, depois da Páscoa, há uma queda muito grande de consumo. Este ano, não aconteceu isso. Um indicativo de que as coisas estão mudando em relação ao consumo do pescado", falou.
Veículo: Jornal Agora - Rio Grande