Projeto piloto ocorre no interior do estado em parceria com startup Wiboo para uso da moeda wibx
A rede de supermercados Shibata, de São Paulo, passou a aceitar criptomoedas como forma de pagamento. A moeda digital wibx, criada pela startup Wiboo, é utilizada na unidade de São José dos Campos (SP) como parte de um projeto-piloto que pode ser expandido para todas as lojas da marca.
Pouco conhecida do grande público, a criptomoeda tem ganhado espaço na loja de São José dos Campos por meio de ações de ativação. Caixas e totens são colocados em corredores para que os clientes conheçam a moeda wibx, mas o que chama mesmo atenção são as promoções.
Os consumidores são convidados a baixar o aplicativo da wibx e ganham suas primeiras moedas virtuais ao criarem sua carteira de investimentos. O uso das criptomoedas é válido para a compra de qualquer item, sem limite de preços.
Promoções atraem clientes
O cliente também é premiado com criptomoedas em ações pontuais quando, por exemplo, compartilha o link para amigos se cadastrarem no aplicativo ou faz uma compra em dinheiro e recebe cashback (dinheiro de volta) de R$ 5 convertidos na moeda da Wiboo (veja abaixo quanto vale um wibx em reais).
“Temos várias ações em que o cliente compartilha ofertas com amigos, ganha moedas e compra ali mesmo no supermercado”, diz Pedro Alexandre dos Santos, diretor-executivo e fundador da Wiboo.
“O consumidor não precisa comprar nada para ganhar cashback na nossa moeda. Basta compartilhar o produto nessas ativações com amigos e familiares. Usamos esses nanoinfluenciadores para que sejam a nossa mídia de distribuição de conteúdo e promoções.
” A parceria inédita entre as empresas tem uma justificativa: o grupo Shibata fez um aporte financeiro de R$ 15 milhões e se tornou sócio da Wiboo.
Mas além do Shibata, a Wiboo está prestes a fechar uma parceria com mais três redes de supermercados. Santos não revelou quais são elas.
Cliente juntou R$ 50 em 2 meses
Na prática, o pagamento com a criptomoeda da Wiboo é diferente do feito com cartões de crédito e débito. Os operadores de caixa do Shibata de São José dos Campos passaram por um treinamento e são orientados a dizer ao cliente: “crédito, débito ou wibx?”
O cliente passa a compra no caixa, um QR Code é gerado na tela do computador do supermercado para que ele aponte o celular no lugar indicado e pague instantaneamente. Isso é possível porque as facilidades do wibx estão integradas ao sistema de pagamentos do Shibata.
O processo todo dura cerca de 30 segundos, diz a cliente Fabiana Galvão, 20. Ela foi impactada pelas ações de marketing promocional e ganhou uma quantia de wibx (R$ 5 convertidos para a moeda digital) suficiente para comprar chocolate e chicletes. Desde então, Fabiana pede a amigos que se cadastrem no app para que ela seja recompensada com as moedas.
“Eu vou juntando e compartilhando, chamo mais pessoas. ” Em dois meses, ela disse que conseguiu o equivalente a cerca de R$ 50.
O que dá para comprar
O UOL pediu à Wiboo uma demonstração do poder de compra da wibx em relação ao real. Vale destacar que as criptomoedas têm oscilação diária. A data utilizada como referência foi 4 de março, em que 1 wibx valia R$ 0,045. Confira abaixo:
5 kg de arroz – R$ 20 (444 moedas wibx)
1 kg de tomate – R$ 6,22 (138 moedas wibx)
1 kg de coxão mole – R$ 43,90 – (975 moedas wibx)
1 kg de coxa e sobrecoxa – R$ 12,90 (276 moedas wibx)
Mais unidades podem aceitar a cripto
O diretor comercial e de marketing do grupo Shibata, Eric Shibata, acredita que todas as 27 unidades da rede terão em breve a opção de pagamento, mas prefere não falar em datas. O Shibata tem lojas distribuídas em todo o estado de São Paulo.
“Nós acreditamos que [o pagamento com criptomoedas] é uma tendência global. A forma simplificada de pagamento é muito equivalente ao Pix. Não tem ruído nem atritos”, afirma o diretor.
O mercado não divulgou a participação que a criptomoeda atinge hoje nas vendas. Segundo Eric Shibata, a maioria dos clientes que usa o wibx têm entre 25 e 45 anos.
Criptomoedas populares em até 5 anos
Lucas Schoch, diretor-executivo da Bitfy, acredita que a modalidade oferecida pela Wiboo, em que a interação entre usuários gera criptomoedas, ajuda a tornar esse meio de pagamento mais conhecido pelo consumidor.
“O que o wibx oferece no Shibata não é muito diferente de um programa de pontos. As pessoas conhecem a marca, recebem benefícios por meio de uma criptomoeda e podem consumir com essas moedas digitais”, diz.
Se os bancos tradicionais e digitais investirem nessa modalidade, ele acredita que as moedas virtuais vão fazer parte do dia a dia do brasileiro em até cinco anos.
Fonte: Uol