Lily Safra cobra mais R$ 200 milhões do Pão de Açúcar pela venda do Ponto Frio

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Ex-dona da rede varejista alega na Câmara de Comércio Internacional ter sido prejudicada pela forma como foi feito o pagamento; Pão de Açúcar diz que pedido é 'improcedente'

 

A bilionária Lily Safra está cobrando do Grupo Pão de Açúcar uma diferença de cerca de R$ 200 milhões relacionada à venda da rede de lojas Ponto Frio, realizada em 2009. Ela alega ter sido prejudicada pela forma como o pagamento foi feito e entrou com um pedido de arbitragem na Câmara de Comércio Internacional (CCI).

 

Notificado ontem sobre a abertura do processo, o Pão de Açúcar fez um comunicado ao mercado no qual afirma que "o pedido apresentado por meio do requerimento é improcedente, tendo sido o contrato cumprido integralmente, o que será demonstrado ao longo do procedimento". O processo corre em segredo de Justiça.

 

Viúva do banqueiro Edmond Safra, morto em 1999 num incêndio criminoso em sua residência, em Mônaco, Lily é considerada dura em negociações. Semanas atrás, antes de entrar com pedido de arbitragem na CCI, Lily enviou uma notificação ao Pão de Açúcar solicitando abertura de negociações. Foi apenas uma formalidade, para obedecer uma exigência prevista no contrato, já que ela sabe que o Pão de Açúcar não reconhece sua demanda.

 

Formalmente, quem aparece processando o Pão de Açúcar é a Morzan Empreendimentos, empresa criada por Lily para vender o Ponto Frio três anos atrás, por R$ 824,5 milhões. Pelo acerto, 45,3% foram pagos à vista e a viúva tinha duas opções para receber o restante: em dinheiro, quatro anos depois, ou em ações, com um prêmio de 10%.

 

Lily escolheu a segunda opção, que envolvia uma complicada operação de troca de ações, e ao final do processo, passou a achar que recebeu menos papéis do que deveria e, além disso, parte do lote por um valor menor. Um ano e meio atrás, a viúva chegou a procurar escritório de advocacia interessada em processar o banco de investimentos e os advogados que a assessoraram na venda do Ponto Frio.

 

Depois do Ponto Frio, o Pão de Açúcar comprou a Casas Bahia e formou a Viavarejo, maior rede de lojas especializada em eletrodomésticos do País. De acordo com o Pão de Açúcar, a Viavarejo está protegida da disputa com Lily Safra.

 

Negociações demoradas

 

A venda do Ponto Frio foi um processo que se arrastou por anos, e que acabou em 2009, com o acordo com o Pão de Açúcar. A rede de Lily Safra esteve muito perto de ser vendida para o Magazine Luiza, mas o vento acabou virando a favor do grupo de Abilio Diniz por conta do desenho da proposta, que envolvia as ações do Pão de Açúcar. O Magazine Luiza teria de fazer o pagamento em dinheiro, o que dependeria de os sócios fazerem um expressivo aporte. Três anos depois, a opção de efetuar o pagamento também em ações pode se transformar numa dor de cabeça.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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