Viavarejo, operação do Grupo Pão de Açúcar sob comando do empresário, reverte prejuízo entre abril e junho; receita soma R$ 5,3 bi no período
Ao fazer um balanço do desempenho da Viavarejo no segundo trimestre, cujos números foram divulgados ontem, Raphael Klein, presidente da operação, se mostrou satisfeito.
Entre abril e junho, a companhia — operação do Grupo Pão de Açúcar que reúne as lojas físicas do Ponto Frio e da Casas Bahia, além da Nova Pontocom —, obteve lucro líquido de R$ 5,4 milhões e conseguiu reverter o prejuízo de R$ 5,5milhões obtido no segundo semestre do ano passado. “Muitas ações colaboraram para o resultado. Entre elas, a redução do IPI [Imposto sobre Produto Industrializado] para a linha branca e o fato de termos fechado lojas menos eficientes do Ponto Frio, movimentação que está refletindo recentemente nos resultados”, disse o empresário ao BRASILECONÔMICO.
No segundo semestre de 2011, a Viavarejo fechou 58 lojas Ponto Frio que apresentavambaixa performance de vendas e rentabilidade em oito estados, entre eles Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. A autorização foi concedida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), enquanto o órgão ainda avalia a fusão das operações. Klein espera o sinal verde definitivo para os próximos meses.
A receita líquida da operação no segundo trimestre somou R$ 5,3 bilhões — alta de 5,5% ante o resultado do mesmo trimestre de 2011. “Vale lembrar que a empresa é jovem, completou dois anos e háumperíodo de maturação para que passe a obter lucros recorrentes”, comentou Klein.
No primeiro semestre, a receita líquida da operação somou R$ 10,8 bilhões, resultado 8,9% superior ao visto no mesmo período de 2011. No período, a operação obteve lucro líquido de R$ 20,2milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 30,2 milhões visto entre janeiro e junho de 2011. Além do que já foi citado por Klein — incentivos do governo para a compra de produtos de linha branca e encerramento de operações ineficientes —, a Viavarejo viu melhora da performance e aumento de vendas por outros motivos. A companhia refez mix de produtos e adaptou 21 lojas do Ponto Frio para um novo padrão, seguindo o modelo da Casas Bahia.
Segundo semestre
O cenário econômico do próximo semestre ainda é nebuloso, avalia Silvio Laban, professor do Insper. Talvez por esse motivo Klein espere um desempenho ‘em linha’ com o visto nos primeiros seis meses do ano. “Se o crescimento de vendas continuar nesse ritmo será bom, com a possibilidade de melhora no quarto trimestre”, disse o empresário.
Klein lembra, inclusive, que desconsiderada a deflação de preços ao consumidor, o crescimento real da receita foi de 12% no segundo trimestre deste ano. “Normalmente as vendas são melhores no segundo semestre por causa do décimo terceiro”, lembra Laban, do Insper. “Mas há indicadores positivos e negativos na economia. Enquanto a geração líquida de empregos cai, por exemplo, a taxa de juros também, o que melhora a disponibilidade de crédito. Não há um cenário muito claro ainda”, disse o professor
Veículo: Brasil Econômico