Família Klein quer Casas Bahia de volta

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A família Klein se arrependeu de ter vendido o controle da Casas Bahia para o Grupo Pão de Açúcar e quer reverter o negócio. O plano de Samuel e Michael Klein é ficar com o controle da Via Varejo (a empresa resultante da união de Casas Bahia e Ponto Frio) e agora buscam uma forma de viabilizar esse propósito.

A ameaça de abrir um processo arbitral contra o grupo, noticiada na semana passada, é um passo nesse sentido. É uma forma de "marcar posição" e deixar clara a insatisfação. Se o esforço em ter o negócio de volta, comprando o controle da Via Varejo, não der resultado, a ameaça de um litígio arbitral elevaria o preço da saída dos Klein do negócio. Essas informações foram apuradas pelo Valor junto a fontes envolvidas com as empresas.
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O Pão de Açúcar está aberto a uma oferta para adquirir os 47% que os Klein têm na Via Varejo. Mas a saída dos Klein, hoje, não está sendo negociada entre a família e o Grupo Pão de Açúcar. Assim como não foi apresentado nada próximo a uma proposta de aquisição da Via Varejo.

Segundo essas fontes, Michael Klein já procurou o Citibank em busca de financiamento para levantar os recursos necessários a uma oferta de recompra da Casas Bahia. O Bradesco teria a função de estruturar a operação. A participação de 47% dos Klein equivale a algo como R$ 2,6 bilhões pelo valor de mercado da Via Varejo. Mas numa conversa informal entre os Klein e pessoas próximas a Jean-Charles Naouri, do Casino, controlador do Grupo Pão de Açúcar, a soma mencionada giraria em torno de R$ 3,5 bilhões. Procurados, todos os envolvidos na operação preferiram não se manifestar.


Família Klein tenta comprar controle da Via Varejo


   
A família Klein se arrependeu de ter negociado a Casas Bahia com o Grupo Pão de Açúcar e estudam formas de reverter a situação. O plano de Samuel e Michael Klein é ficar com o controle de Via Varejo (união de Casas Bahia e Ponto Frio), buscando todas as maneiras possíveis nesse sentido.

A ameaça de abrir um processo arbitral contra o GPA, noticiada na semana passada, é mais uma ação nessa linha. É uma forma de "marcar posição" e deixar clara a insatisfação. E se o esforço em ter o negócio de volta, comprando o controle de Via Varejo, não der em nada, a dor de cabeça criada com a hipótese de um litígio arbitral é um jeito de vender mais caro a saída dos Klein do negócio. Isso é parte de um quebra-cabeça com uma série de envolvidos ouvidos pelos Valor nos últimos dias.

A família Klein quer mais poder ou, na segunda hipótese, dinheiro. Têm de volta o controle - ou ficam com o bolso mais cheio. A saída dos Klein de Via Varejo não é descartada. Caso a volta ao controle do negócio acabar frustrada (eles ainda não têm todos os recursos necessários para a compra), a porta de saída nunca esteve fechada.

O GPA está aberto a estudar uma oferta para adquirir os 47% que os Klein têm na Via Varejo. Mas uma saída dos Klein hoje não está sendo negociada entre a família e o Grupo Pão de Açúcar. Assim como Klein não colocou na mesa nada próximo de um desenho de aquisição da Via Varejo.

Quem fez o primeiro movimento no sentido de acabar com a sociedade entre Pão de Açúcar e os Klein foi Michael, que procurou neste ano representantes de Abilio Diniz, acionista da empresa, dizendo que a família queria sair. Abriu-se então, as primeiras aproximações entre as partes, algo que não passou de alguns meses porque, logo depois, Michael Klein informou pessoas próximas a Abilio que o plano era outro. A família iria fazer uma oferta pelo controle "nos próximos meses".

Nada saiu - e é isso o que explica a situação atual. Michael acionou o Citi, na busca de uma linha de financiamento, e o Bradesco, na função de estruturador da operação. Procurados quando a informação surgiu, em maio, os bancos não se manifestaram.

A participação de 47% dos Klein equivalem a algo como R$ 2,6 bilhões em termos de valor de mercado da Via Varejo. Os Klein teriam sondado, em setembro, Jean-Charles Naouri, controlador do GPA, para levantar (informalmente) a hipótese de uma negociação com os franceses. O recado era: se tivessem dinheiro, o Casino teria interesse? Uma fonte cita que essa soma (mencionada na sondagem) giraria em torno de R$ 3,5 bilhões. Mas Michael não tem uma linha nesse valor hoje.

Casino controla o GAP, mas sempre deixaram Abilio e os Klein resolverem suas questões, como a revisão do acordo que criou a Via Varejo em 2010. Agora, uma negociação com os Klein, obviamente, passaria pelo Casino. E os franceses não gostaram nada da ameaça de uma ação arbitral dos Klein ao grupo. O Casino tem focado as atenções na negociação envolvendo a saída de Abilio do Pão de Açúcar - e que pode passar, inclusive, pelos ativos de Via Varejo.

Nem de longe a movimentação dos Klein - que já pensavam desde o começo de 2011 em rever, pela segunda vez, o acordo com o Pão de Açúcar - tem a ver com o filho de Michael, Raphael Klein, 35 anos, colocado na presidência da Via Varejo pela família. Michael é favorável à ida do filho para o conselho de administração da Via Varejo. Raphael deixa a presidência na primeira quinzena de novembro.

Grupo Pão de Açúcar não se manifestou. A família Klein também não fez comentários.



Veículo: Valor Econômico


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