Rede de supermercados faturou R$ 1,7 bilhão no ano passado e busca diversificação de seus negócios
Assim como os grandes supermercadistas, a rede Coop segue os passos da diversificação. Faz parte dos planos da varejista, que também possui farmácias, levar este tipo de estabelecimento para as ruas. “É um objetivo de longo prazo, vamos inaugurar este ano duas drogarias para teste”, afirma Antonio José Monte, presidente da Coop. Por enquanto, estes estabelecimentos funcionam dentro dos supermercados do grupo e não têm um nome definido. “Pensamos em algo como ‘Drogaria Coop’, mas ainda não há nada definido.” As duas unidades devem ser inauguradas nos próximos meses na região no ABC Paulista.
O comércio de medicamentos será alvo da varejista também no varejo virtual. Em dois meses, a empresa fará sua estreia no e-commerce. A primeira fase do projeto será focada na venda de eletroeletrônicos para a Grande São Paulo. Remédios e cosméticos entrarão em um segundo momento, o qual deve acontecer ainda este ano.
“Vamos fazer entregas de remédios em alguns bairros da região metropolitana de São Paulo”, afirma. Atualmente, a companhia possui 28 supermercados na Grande São Paulo e no interior do estado. E prepara-se para inaugurar seu terceiro posto de gasolina, outro negócio de interesse do grupo. Todos estes passos da varejista já foram dados pelas grandes redes. Mas devagar a rede conquista posição relevante neste mercado. No ano passado, a empresa faturou R$ 1,76 bilhão, crescimento nominal de 7,5% e real de 1,1%.
Monte diz que o ano poderia ter sido melhor. Mas apesar do incremento de renda das classes populares, estes consumidores passaram a gastar dinheiro com alguns serviços inacessíveis em outros tempos, como a TV por assinatura. “Eles investem o dinheiro extra em serviços que oferecem uma melhora na qualidade de vida. E esta quantia gasta deixa de ser revertida em alimentos”, afirma. O executivo diz ter chegado a esta conclusão através de pesquisas realizadas pela Coop e de conversas com empresários do segmento alimentar.
Para este ano, a Coop espera crescimento real de 3% e tem como meta inaugurar uma loja. Mas também está aberta a aquisições. “Estamos de olho nas oportunidades que aparecem”, diz Monte.
O começo
A Coop foi criada em 1957 por 292 funcionários da indústria química Rhodia. A principal motivação deste grupo de pessoas era resolver a dificuldade de abastecimento na região. Para fazer compra de alimentos estes funcionários, que moravam na região do ABC Paulista, precisavam ir até São Paulo. Para solucionar a questão, eles passaram a comprar alimentos no atacado para o consumo dos próprios cooperados.
A partir do final da década de 1970, o acesso aos produtos da cooperativa foi aberto para o público em geral. Foi também nesta época, que o negócio deixou de ter qualquer vínculo com a Rhodia. Até mesmo o nome, que antes era Cooper Rhodia, mudou para Coop — Cooperativa de Consumo. Atualmente, a empresa possui 1,5 milhão de cooperados. O lucro do negócio retorna para estes associados de forma proporcional às compras feitas por eles durante o ano.
Veículo: Brasil Econômico