Autoatendimento é estratégia da Super Muffato para crescer

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A moda do autoatendimento começa a emplacar nas redes médias supermercadistas do Brasil. Enquanto nos países europeus e nos Estados Unidos grande parte das empresas do segmento já disponibiliza esse tipo de serviço aos clientes, no Brasil, a Super Muffato, atuante no varejo alimentar, parece seguir o exemplo da primeira do setor, o Grupo Pão de Açúcar (GPA). A empresa colocou em duas de suas unidades caixas que registram as compras, sem a necessidade da intermediação de um funcionário: o self checkout.

A solução, aliás, deve mudar bruscamente o cenário do setor, até o final de 2013. Claudio Reina, diretor da RMS, responsável pelo desenvolvimento da máquina de self checkout, diz que a mesma possibilita a pesagem, pagamento e emissão do recibo nas compras. Ele revelou ao DCI que a companhia de tecnologia já tem mais de 10 projetos em andamento, dos quais 5 já estão nos últimos detalhes de fechamento. Por questões estratégicas, porém, disse não poder dar o nome das redes que pretendem implantar o sistema em suas operações, mas confirmou que algumas delas são as maiores do mercado brasileiro.

"Temos nas mãos várias oportunidades. Uma empresa grande e bem conhecida no País já fechou conosco. Queremos atuar não somente no setor alimentício, mas também em farmácias, lojas de material de construção e livrarias. Onde o varejo está nós queremos exportar", afirmou Reina, entusiasmado com a previsão de vender mais de 400 equipamentos nos próximos meses.

Pioneira entre as redes de médio porte na empreitada tecnológica, a Super Muffato mantém presença significativa no estado do Paraná - com mais de 37 lojas em operação. A empresa, que obteve faturamento superior a R$ 2 bilhões, segundo ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), se consolida como a sexta maior do varejo alimentício, sob o comando da família Muffato. Em operação desde a década de 1970 no Brasil, a empresa inseriu o autocaixas (como nomeou o próprio serviço), em duas unidades nas cidades paranaenses de Londrina e Maringá. Reina constatou, aliás, que depois da instalação do sistema a rede obteve um incremento de dois dígitos em suas vendas.

Na avaliação do desempenho da atividade - implantada no final do ano passado -, o diretor da empresa, Everton Muffato, se mostrou bastante otimista com os resultados. "Nesses quatro meses, o autocaixa já finalizou mais de 30 mil compras, atende uma média de 250 clientes por dia e já representa 5% do total das vendas mensais da loja", informou o executivo, ao DCI.

Pesquisas realizadas pela RMS indicam que a aprovação foi absoluta por parte dos consumidores. 98% dos usuários do sistema consideraram sua operação extremamente fácil e 99% deles disseram que vão continuar utilizando o serviço. A Super Muffato, que iniciou o projeto em Londrina, expandiu o sistema para Maringá justamente por conta dessa aceitação generalizada. "A aceitação do consumidor foi tão rápida que antecipamos os planos de expansão da tecnologia e elegemos Maringá para iniciar esse processo por conta do perfil do maringaense, que sempre se mostrou receptivo e ávido por novidades", explicou Muffato.

Na opinião de Paula Warick, gerente de projetos da GS&MD - Gouvêa de Souza, consultoria especializada em varejo, os empresários do setor estão cada vez mais atentos às necessidades do consumidor, por isso, em seus formatos de loja, a especialista acredita que a inserção de soluções tecnológicas será um impulsionador de vendas. "Uma das coisas que esses executivos perceberam é que as soluções em tecnologia, como a loja virtual [e-commerce] no varejo físico é fundamental. Em breve teremos lojas com tablets disponíveis para que os clientes comprem", disse ela, ao DCI.

Concorrência

A rede sulista não é a única do setor a investir em tecnologia no ponto de venda. O GPA, com a bandeira de mesmo nome, disponibilizou ao consumidor o sistema "auto caixa Pão de Açúcar", ou self check out, projeto esse que foi lançado em fevereiro de 2003, no supermercado Pão de Açúcar Ricardo Jafet, em São Paulo.

Após a aceitação do público e mudanças na tecnologia, o sistema evoluiu para o "Personal Shop", serviço em funcionamento em quatro lojas da bandeira Pão de Açúcar: Panamby, Iguatemi, Tamboré e Granja Viana-São Camilo, além do Extra Itaim - todos em São Paulo (SP).

A tecnologia auxilia o consumidor na escolha dos produtos. Por meio de um coletor de dados, ou scanner, o cliente escolhe os produtos desejados e, caso queira, nem precisa colocá-los em seu carrinho. Basta o mesmo passar pelo caixa com o aparelho instalado, para serem captadas todas as informações dos itens que serão comprados, depois efetuar o pagamento e receber suas compras em casa, ou levá-las na hora.



Veículo: DCI


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