Quiosques e lojas dentro de supermercados e estações do metrô se tornam a cada dia opções de investimento atraentes para os empresários, especialmente por terem custos fixos que, em média, são 30% menores que operações convencionais.
Dentre os casos bem-sucedidos no franchising, um dos destaques é a Empada Brasil, que abriu uma franquia dentro da linha amarela do metrô, na estação Faria Lima. Segundo Márcio Rangel, franqueado máster da rede Empada Brasil, os quiosques em pontos diferenciados surgiram como estratégia da marca para expansão. "A criação de quiosques surgiu como oportunidade de a rede ter um formato com custo menor. A procura foi tão grande que chegar no metrô foi consequência", disse o executivo ao DCI.
Para que o franqueado da marca conseguisse instalar seu ponto de venda no metrô foi necessário uma licitação com a ViaQuatro, empresa que administra a linha.
Feito isso, os sócios Edgard Morato e Mário Famá - que já tinham uma operação da Empada Brasil - começam a ter retorno positivo dos R$ 80 mil investidos, conforme explicou Rangel.
Por ser um quiosque de metragem limitada, essa operação tem custos operacional cerca de 30% mais baixo que uma loja de rua ou de shopping center. "Nesse formato você não precisa de muitos funcionários, além disso, o aluguel é mais barato também", explicou Rangel.
Como é um local de passagem rápida, as operações com maior potencial de retorno são as de alimentos, mas isso não limita as opções de quem quer investir no formato.
Supermercados
A questão do aluguel mais baixo também foi mencionado pelo sócio diretor da Global Franchise, Wagner D'Almeida, em especial quando a franquia quer abrir ponto de venda dentro de supermercado. "Enquanto no shopping center o aluguel varia de R$ 8 mil a R$ 18 mil por espaços de 40 metros quadrados em média, em supermercado ou hipermercado é possível encontrar áreas bem maiores com aluguéis entre R$ 1.500 até R$ 3 mil".
Entretanto, D'Almeida explicou que não é qualquer operação que cabe nesses espaços.
"Você tem que analisar bem se a franquia que vai abrir atenderá ao público-alvo do supermercado. O cliente destes centros de compras têm intenção de consumo totalmente diferente daquele que vai ao shopping center."
Segundo o especialista no setor, os hipermercados têm se preocupado de maneira consistente em inserir galerias de compras em suas operações. "Dois nomes, o Extra e o Carrefour, têm estudado projetos que contemplem fazer estacionamentos subterrâneos para agregar novas áreas comerciais. Isso é um projeto de médio prazo, cerca de cinco anos." Mas já existem casos de sucesso. O Hipermercado Extra Anchieta, por exemplo, tem um amplo espaço, até com cinema e já conta com diversas lojas de serviços e varejo que aproveitam o fluxo mensal de 700 mil pessoas. "Empresas como o Casino, o Carrefour e o Pão de Açúcar [GPA] já investem em centros comerciais e até shoppings agregados a sua operação".
Foi justamente com foco no aproveitamento do número de visitantes mensais que uma operação supermercadista recebe, que a rede de temakerias Yoi! Rolls&Temaki anunciou a parceria com o Walmart.
A perspectiva, segundo o sócio-diretor Rodrigo Prado Escobar, é abrir pelo menos duas unidades no formato até o final do ano. A primeira já tem local definido: o Walmart Pacaembu, em São Paulo.
O executivo explicou ao DCI que para conseguir a parceria, a rede teve que reformular alguns pontos da sua operação. Além disso, foi necessária a aprovação da sede, nos Estados Unidos, para que o franqueado pudesse investir. "Tivemos que montar a operação baseada nas regras do Walmart", disse. Esse processo de demonstração da operação e aprovação da rede no exterior levou cerca de sete meses. Ainda segundo Escobar, como o público é distinto dentro do supermercado, o cardápio sofreu alterações. "Tivemos que adaptar os produtos oferecidos", explicou. Além da operação em um supermercado, a Yoi! Rolls&Temaki também conseguiu sua inserção dentro de uma faculdade. "O franqueado já tinha experiência nesse segmento, foi mais fácil abrir a unidade dentro de uma faculdade". As mudanças na operação também foram necessárias para atender ao público universitário. "Como neste espaço temos um público restrito e com menor poder aquisitivo, modificamos itens em nosso cardápio, para que ocorra o consumo", disse. A operação também tem custo operacional mais baixo. O investimento é de R$ 50 mil em média, mas como os gastos com funcionários é menor, o investidor tem redução em torno de 30% da despesa.
Veículo :DCI