O consumidor vai para o supermercado, mas, chegando lá, aproveita e deixa a roupa no conserto ou numa lavanderia, enquanto faz as compras. Depois, aproveita para pagar contas numa lotérica, tira a cópia de um documento e ainda faz um lanche. É cada vez mais comum ver as grandes redes transformadas em minishoppings. Nos últimos anos, por exemplo, duas unidades inauguradas pelo Guanabara — na Barra da Tijuca e em São Gonçalo — incorporaram esse conceito, com várias lojas em seu entorno.
— São atividades que agilizam a vida do cliente. Para o lojista, tem a vantagem de sua marca ser de interesse para o consumidor do supermercado, que, enquanto faz as compras, deixa sua roupa para lavar numa lavanderia — explica o presidente da Associação Brasileira de Franchising no Rio (ABF-RJ), Beto Filho.
Frequentador do hipermercado Extra, na Tijuca, o empresário Ronaldo Youle, de 43 anos, é um exemplo típico:
— Aproveito para fazer compras e almoçar. É mais cômodo e não é tão cheio quanto nos shoppings.
Como galerias
Das quase 500 lojas que o Grupo Pão de Açúcar (GPA) tem no país, cerca de 300 são como galerias, contabiliza Isadora Sbrissa, gerente Geral de Galerias Comerciais da GPA Malls&Properties. Seguindo a tendência, a empresa foi além e inaugurou, em junho, na Barra da Tijuca, o Conviva Américas, que mistura compras, serviços e alimentação.
Professor de Merchandising e Promoção da ESPM, Eduardo França explica que essa transformação tem muito a ver com a dificuldade de mobilidade nos grandes centros urbanos e a falta de tempo dos consumidores:
— As pessoas têm cada vez menos tempo, e a mobilidade não é fácil. Em vez de estacionar e comprar em diversos lugares, as lojas estão concentradas dentro desses polos, que viram uma grande oportunidade de negócio.
Franquias são muito comuns nesses espaços. Um atrativo para os empresários, segundo Beto Filho, é o preço do aluguel, de 35% a 45% mais em conta no supermercado, em relação ao shopping.
Veículo: Portal Globo