O Brasil continuou sendo um dos grandes motores da operação do Carrefour fora da França no terceiro trimestre. Prévia operacional publicada hoje mostra que, ao menos em vendas locais, o país foi importante: excluindo o efeito cambial, o crescimento da receita foi de 8,6%, em comparação com o mesmo período do ano passado.
O problema é que o enfraquecimento do real ante o euro reduziu esses valores na hora da conversão para o balanço da francesa. O faturamento brasileiro em termos nominais não foi informado, mas a julgar pelas perdas de 20% na receita que as moedas causaram na operação latino-americana, o resultado teria sido pior.
A Argentina vive o mesmo dilema. O Carrefour informou que a desvalorização da divisa brasileira e do peso argentino causou redução de 8,5% na receita da América Latina. Desconsiderando esse efeito, houve expansão de 11,9% - o que faz da região a de maior crescimento no mundo.
Apesar do revés causado pela taxa cambial, a varejista francesa não se mostrou decepcionada. "[Tivemos um] excelente desempenho no Brasil", observou a empresa, em nota. A China também foi destaque, contribuindo para o aumento de 3,7% na receita em moeda constante da Ásia, para € 1,84 bilhão.
Já o cenário europeu continua fraco para o Carrefour, comandado por Georges Plassat. Apesar da melhora registrada na França, em outros países do continente houve queda de 1,7% na receita, para € 5,41 bilhões. O problema na região não foi a conversão de moedas, já que sem o câmbio haveria baixa de 1,9%, mas sim o poder de compra dos consumidores.
No acumulado dos nove primeiros meses de 2013, a América Latina também é a joia da coroa da rede, se o efeito das moedas for desconsiderado. A alta na receita "ajustada" foi de 12,3%, ante igual período de 2012. Quando o câmbio entra em jogo, contudo, há recuo de 2,6% na receita e a operação francesa se mostra a mais relevante para o crescimento.
A receita líquida global da rede atingiu € 21,11 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 1,3%. Excluindo o efeito cambial, a variação passa a ser positiva em 2,7%. O segmento internacional continuou sendo o mais relevante para as vendas do grupo. Fora do território francês, a companhia faturou € 10,96 bilhões de julho a setembro, o que representou queda nominal de 3,8%, mas um incremento de 3,9% moeda constante. Na França, houve receita de € 10,15 bilhões, alta de 1,4%.
Veículo: Valor Econômico