Projeção da Agas é de que cada consumidor gaste uma média de R$ 407,03 somente com presentes e ceia natalina
Tanto a previsão de crescimento de 7,7% nas vendas de final de ano em relação a 2012 quanto a dificuldade de logística que exige antecipações do setor, levaram supermercadistas do Rio Grande do Sul a abastecer estoques com produtos destinados ao Natal e ao Reveillon ainda em setembro. Já foram gastos R$ 600 milhões em produtos típicos. Por parte do consumidor, que está mais endividado do que há 12 meses, a tendência, segundo a pesquisa, é buscar ofertas, descontos e variedade nas formas de pagamento. “Estas serão as estratégias das empresas para incrementarem as vendas do período”, garantiu ontem o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, que projeta crescimento de 6,9% do setor em 2013, frente ao ano passado.
As vendas para festas de final de ano prometem representar 24,5% do faturamento dos supermercados em novembro e dezembro, quando o ticket médio deve inflar 11,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento no valor das compras se deve à queda de 3% no fluxo de consumidores, explicou Longo, destacando que, em função da menor frequência aos estabelecimentos, os gaúchos estão gastando mais a cada visita aos supermercados. “O volume físico de compras aumentou em 6%”, sinalizou. Para a semana de Natal, a tendência é que, entre ceia e presentes, 48,1% dos gastos de consumidores com festas de final de ano fiquem nos caixas do setor.
De acordo com os 200 entrevistados pelo Instituto Segmento, o gasto médio por pessoa deverá ser de R$ 407,03 para as duas datas festivas. “Com isso, o setor pretende absorver cerca de 20% dos recursos (em torno de R$ 1,8 bilhão) injetados pelo 13º salário em todo o Estado”, projeta Longo. Os empresários terão como desafio ampliar esta expectativa de compras. “Haverá muitas promoções e atrações, a fim de aumentar a lista de presenteados que, segundo a pesquisa, será de quatro indivíduos por pessoa”, aposta o dirigente.
Em vista desta estimativa, o setor supermercadista também está ampliando o mix de produtos. A ideia é suprir a demanda de itens como alimentos, bebidas e brinquedos, os mais procurados do período. “De cada quatro brinquedos vendidos no Natal, um sairá de supermercado”, projeta Longo. Neste caso, carrinhos e bonecas devem ganhar a concorrência de tablets e smartphones, majoritariamente vendidos por outros setores. Também os presentes de última hora, com valor médio de R$ 10,00 – a exemplo de panetones e caixas de bombons – devem incrementar o lucro dos supermercadistas no período. Estão previstas vendas de mais de 6 milhões de caixas de bombons, o que representa um crescimento de 7,8% nas vendas deste produto, que deve ser o presente de “última hora” mais procurado na véspera do dia 25 de dezembro.
Aves especiais e bebidas lideram preferência dos consumidores
As aves natalinas e bebidas devem manter a liderança nas vendas de final de ano. Está prevista a venda de 850 mil aves, com faturamento de R$ 26,5 milhões para o setor. Já a carne suína, que está 15% mais cara do que em 2012, deve perder espaço nas vendas, sendo substituída pelo tradicional churrasco de carne bovina, além dos chesters e perus - estas últimas com variações de preços entre R$ 5,00 e R$ 20,00 o quilo. O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, chama atenção para a possibilidade de diferença de preços das aves temperadas, devido ao ajuste de MVA (substituição tributária), que pode causar “confusão” entre o empresariado.
“O governo coloca uma margem que ultrapassa 40%, enquanto no mercado não passa de 10%”, afirma o dirigente, explicando que isso dificulta o entendimento e pode “criar um passivo tributário” que mais adiante comprometerá a receita das empresas menos atentas. Destaque entre os bovinos, a costela deve ter maior saída (60%). “Mas a reserva de mercado irá gerar um acréscimo de 8% a 10% no preço destes produtos”, adianta Longo, referindo-se à restrição de fornecedores para os supermercados, em vista da existência de um “corredor sanitário” estabelecido em 2012, que impede que a aquisição direta de carne com osso de outros estados pela maioria das empresas do setor.
Neste ano, os itens típicos da ceia de Natal e da festa de Réveillon estão 7,4% mais caros do que em 2012. Como os preços foram realinhados com a inflação, a expectativa é de que não haja aumentos significativos, aponta o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo. “Levando em consideração as ofertas, promoções e lançamentos de 15 mil novos itens nas gôndolas, o consumidor absorve somente 60% da inflação no ponto de venda”, considera o dirigente. “Com todos estes descontos, é possível levar mais produtos.”
Entre os itens que devem inflar em participação nas vendas de final de ano, os espumantes prometem melhorar o desempenho em 8,8%, sendo que das 4,8 milhões de garrafas previstas para serem comercializadas, 95% terá rótulo nacional. Expostos há dois meses nas gôndolas, os panetones estão entre os itens que prometem crescer 16% nas vendas em relação ao ano passado. Devem ser comercializados em torno de 3,9 milhões de unidades, o equivalente a R$ 48,5 milhões. Mesmo dando preferência para compras à vista, os consumidores afirmaram que os cheques pré-datados representarão 8% das compras vinculadas às festas. Ainda de acordo com o levantamento, 67,5% das vendas devem ocorrer a prazo, por meio eletrônico (cartões).
Veículo: Jornal do Comércio - RS