A véspera do fechamento do preço das ações na oferta pública da Via Varejo foi marcada por indefinições. Dificuldades para fechar o livro da operação chegaram a provocar rumores de que a venda das ações poderia ser adiada. Porém, ontem à noite, a expectativa era que a oferta fosse colocada e que poderia sair sem desconto em relação à faixa de preço sugerida para os papéis.
Até o meio da tarde, informações de mercado sinalizavam que a demanda dos investidores era suficiente para cobrir 70% da operação, o que poderia levar a uma redução no preço sugerido. Esse percentual, no entanto, aumentou no fim do dia, apurou o Valor.
Segundo fontes, alguns bancos coordenadores, para tentar melhorar o livro da operação, sugeriram uma redução do preço, mas os acionistas vendedores - família Klein e Grupo Pão de Açúcar - não teriam concordado com a ideia.
O preço de venda dos papéis na oferta será fixado às 15h de hoje. A expectativa é que as ordens de última hora, em particular dos estrangeiros, completem a demanda, sem a necessidade de um desconto. Conforme o prospecto da operação, o intervalo sugerido para as ações vai de R$ 25,60 a R$ 33,60.
O Valor apurou que as dúvidas dos investidores refletem mais certas características da oferta do que o negócio em si, já conhecido pelo mercado. A operação pode movimentar perto de R$ 4 bilhões é 100% secundária, ou seja, nenhum recurso ingressará na empresa. Além disso, a Via Varejo será listada no Nível 2 e não no Novo Mercado, preferido pelos investidores.
Veículo: Valor Econômico