Supermercadista investe em produto verde-amarelo

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Produtos brasileiros - alimentos e bebidas - já estão sendo vendidos em mais de 320 lojas do grupo Casino na França. Isso será permanente, mas o Casino, controlador do Grupo Pão de Açúcar (GPA), vai ampliar a investida do Brasil no mercado francês por ocasião da Copa do Mundo: nesse período, a operação se estenderá a 2 mil lojas. O Monoprix, rede de supermercados sofisticados de bairro, também organiza um evento especial com artigos de moda e de decoração criados por artistas brasileiros.

As seções permanentes "Casino do Brasil" (ver foto) em 200 supermercados e em todos os 126 hipermercados na França já oferecem desde o início do ano produtos como arroz, feijão, açaí, castanhas, água de côco, guaraná Antarctica e doces. As marcas próprias do Pão de Açúcar (Qualitá, Taeq e Sou Brasileiro) também são vendidas.

"Nossa posição de controlador do GPA nos permite oferecer produtos brasileiros na França. É uma estratégia em que todos saem ganhando: os consumidores franceses e os produtores brasileiros", diz Jean-Charles Naouri, CEO do Casino. Em junho, quando o evento será ampliado a 2 mil lojas por dois meses, haverá ainda Havaianas, cadeiras de praia e outros artigos não alimentares.

No Monoprix, as roupas, acessórios e objetos de decoração vendidos na época da Copa foram criados por cinco artistas brasileiras (Rita Lessa, Ana Luíza Laranjeira, Sylvia Calazans, Isabelle Tuchband e a estilista carioca Isabela Capeto). Elas também vão pintar vitrines de lojas do Monoprix, como a da avenida Champs-Elysées. Entre 27 de maio e 8 de junho, o evento será promovido com batucadas em algumas unidades da rede, distribuição de fitinhas do senhor do Bonfim pelas ruas e outras atrações, que incluem cidades como Lyon, Marselha e Bordeaux.

A coleção no Monoprix reúne 80 modelos, entre roupas femininas, almofadas e outros artigos para casa, como louças, disse ao Valor a brasileira Lilian Rosas, diretora de compras de têxteis, artigos de decoração e de lazer do Monoprix. Os produtos estarão à venda em 129 lojas da rede na França, que também terão alimentos e bebidas do Brasil.

"É uma grande oportunidade para mostrar na França a criatividade de artistas brasileiras", diz Rosas, responsável por várias operações de moda no Monoprix, entre elas o lançamento, no final do ano passado, da coleção de "vestidinhos pretos" criados por estilistas famosos (como Hussein Chalayan) para o supermercado e que também foram vendidos na badaladíssima loja Colette, em Paris.

Os preços das roupas e acessórios de moda brasileira no Monoprix se situará entre € 20 e ?50. Um lenço de seda pura da artista plástica Isabelle Tuchband, conhecida por suas obras bem coloridas, custará € 45, por exemplo. A concepção das peças é brasileira, mas elas foram fabricadas na China. É a única maneira de garantir que os preços ao consumidor correspondam aos de um supermercado.

Mesmo grifes de luxo que cobram centenas de euros por uma peça, como a Marc Jacobs, também fabricam seus artigos na China ou em outros países asiáticos. Mas a moda brasileira tem um problema de custo elevado, além de falta de matérias-primas, como seda e certos tipos de algodão, ressalta Rosas.

"As peças já saem do Brasil com valores altos e há ainda despesas de transporte, entre outras. É inviável em termos comerciais na França. É muito caro", afirma Rosas, acrescentando que os preços no exterior das marcas brasileiras sofisticadas acabam equiparando-se aos de grifes de luxo mundialmente famosas. Na prática, na hora de comprar, o consumidor estrangeiro normalmente prefere o que já é conhecido por uma questão de símbolo de status.



Veículo: Valor Econômico


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