Em um trimestre no qual o ritmo de crescimento na Europa continuou abaixo do observado nos países emergentes, a varejista francesa Carrefour observou expansão significativa nas operações brasileiras. Por aqui, o grupo avançou 6,4% no quesito "mesmas lojas", que compara o desempenho de unidades abertas há pelo menos um ano, e viu sua receita subir 8,3% quando desconsiderado o efeito cambial.
O problema é que o real voltou a se desvalorizar em relação ao euro nos 12 meses até março, derrubando novamente a porção do faturamento que a companhia contabiliza em seu balanço. Em conjunto com o peso argentino, a moeda foi responsável por derrubar em 26,2 pontos percentuais a variação da receita na região.
A América Latina apresentou faturamento de € 3,43 bilhões no total de janeiro a março. Em termos nominais, a cifra representou queda de 13,6% na comparação anual, a mais expressiva dentre os mercados em que o Carrefour tem suas operações - em razão principalmente do efeito cambial. Desconsiderando a variação das moedas, as vendas teriam subido 12,6% na região.
O Brasil é um dos principais mercados para o Carrefour fora da França. A empresa já informou que quer levantar recursos para o negócio e, em março, durante teleconferência sobre o balanço anual de 2013, Georges Plassat, presidente da varejista, afirmou que estão em estudo tanto a possibilidade de uma oferta pública inicial de ações quanto a venda de participação a um sócio estratégico.
A receita global da rede chegou a € 19,79 bilhões no primeiro trimestre, uma queda de 3,7% sobre igual período do ano passado, influenciada principalmente pelo efeito cambial adverso e pela Páscoa mais tardia em 2014.
O pior desempenho foi o da filial italiana. As vendas em "mesmas lojas" na Itália caíram 5,9% no trimestre. Enquanto isso, na França, país natal do grupo, houve alta de 1,7% nesse indicador. A performance foi impulsionada pelo avanço de 1,58% em supermercados.
Na Ásia, as vendas recuaram 2,5%, enquanto na América Latina foi observado ganho de 12,7%. Em geral, o indicador para todos os mercados emergentes em que a rede está presente subiu 7,2%.
Veículo: Valor Econômico