Nos principais centros urbanos do Interior, os negócios locais concorrem com as grandes redes
Na última década, as lojas se modernizaram acompanhando tendências das grandes cidades: instalação de sistemas de refrigeração, ampliação da oferta de produtos de hortifrutigranjeiros, padarias, frigoríficos e lanchonetes.
Nas cidades polos regionais, os consumidores dispõem de várias opções do segmento e a tendência é de ampliação das lojas e abertura de novos empreendimentos. “Aquelas mercearias típicas do Interior, com balcões dividindo o espaço entre clientes e funcionários praticamente não existem mais”, observa o consultor empresarial, João Albuquerque. “Surgiram os mercadinhos e supermercados”.
Nesta cidade, na região dos Inhamuns, o supermercado Dedezinho mantém um nome que remete ao passado em que havia identificação entre o proprietário e os fregueses. Situado no Centro comercial, o estabelecimento é favorecido pela localização e por oferecer variedade de produtos, além dos tradicionais: bebidas nacionais e importadas, pães, bolos, lanches, hortaliças, frutas, carnes, pescados e frios.
O empreendimento gera 22 empregos diretos. “Oferecemos um espaço aconchegante, amplo e procuramos fazer a diferença no comércio local”, disse o empresário José Veríssimo da França, mais conhecido por Dedezinho. O supermercado funciona até as 20 horas e faz entrega de mercadorias a uma distância de 15Km. O esforço é oferecer preços baixos para atrair os consumidores.
Sempre atento às novidades, o empresário participa das ações em benefício do crescimento do comércio local, por meio de campanhas promocionais, como o Natal Premiado, realizado recentemente em parceria entre os empresários, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e a Prefeitura.
O presidente da CDL de Tauá, Ailton Maciel de Souza, disse que os empresários locais estão motivados a acompanhar a tendência do setor. “Quem quer crescer ou se manter no mercado precisa se adaptar às mudanças, buscar modernização e investir em publicidade”, observou. “O segmento de supermercado é muito concorrido e há expansão desse tipo de estabelecimento nas pequenas cidades”.
Em Crateús, cidade polo regional, mercadinhos e supermercados concorrem com estabelecimento de rede estadual. O mesmo ocorre na região do Baixo Jaguaribe, em Limoeiro do Norte e Russas.
Nesses três centros urbanos não há reclamação e as vendas permanecem impulsionadas. “Há espaço para todos”, disse o empresário, Luís Gomes. “As pequenas empresas mantém os clientes fiéis, que conhecem o dono e têm facilidade de compra e pagamento”.
Na cidade de Jaguaretema os empresários ampliaram e modernizaram os supermercados. Pelo menos três convivem lado a lado na principal rua do Centro comercial. O núcleo urbano é pequeno, mas nenhum empreendedor deixou de investir em aquisição de prateleiras modernas e oferta diversificada de produtos. “Não se vende apenas o tradicional ‘secos e molhados’, agora os consumidores querem comprar em um só lugar, frutas, verduras, carne e pães”, disse o consultor João Albuquerque.
Em Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará, há três anos e meio, a cidade ganhou uma unidade do Super Lagoa, com espaço amplo, ambiente climatizado, restaurante, lanchonete e variedade de produtos. Outras lojas da cidade acompanharam a modernização implantando também sistemas de refrigeração do espaço e até ampliaram, abrindo novas lojas como ocorreu recentemente. Uma das menores cidades da região Centro-Sul é Jucás e lá foi instalado um amplo supermercado que atraiu os consumidores mediante a facilidade de encontrar variedade de produtos em um só lugar.
Na cidade de Icó, a segunda maior da região, a instalação do Super Queiroz, em 2012, modificou o hábito de consumo dos moradores e movimentou a economia. Foi o primeiro supermercado a oferecer em ambiente climatizado, produtos em seções variadas que incluem frigorífico, padaria, material escolar, de limpeza e higiene pessoal, alimentação, bebida, frios, frutas, verduras, bazar, brinquedos e utilidades do lar. O empreendimento deu certo, vem atraindo um número crescente de clientes e a cada mês a meta é superada.
Veículo: Diário do Nordeste