Inversão deve somar cerca de R$ 1 bi.
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) projeta uma redução no montante de investimentos em 2016 na comparação com esse ano, afirmou o presidente da companhia, Ronaldo Iabrudi. A empresa trabalha com uma expectativa de investir pouco mais de R$ 1 bilhão, ante um total que pode chegar a R$ 1,7 bilhão até o final deste ano.
Segundo o executivo, a companhia está mais seletiva em seus investimentos e projeta investir pouco no negócio da Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Pontofrio. A empresa de eletroeletrônicos tem sido o negócio de pior desempenho do grupo diante da retração no consumo de bens duráveis este ano.
Ao longo de 2015, a Via Varejo fechou lojas e demitiu funcionários. De acordo com Iabrudi, novos ajustes podem voltar a ser feitos na Via Varejo no início de 2016, com a possibilidade de mais fechamento de lojas. “Tendo em vista que o desemprego pode subir, podemos tomar a decisão de fechar mais lojas, sobretudo da Via Varejo”, declarou.
Por outro lado, o executivo afirmou que os investimentos em expansão e abertura de novas lojas estarão concentrados em bandeiras de melhor desempenho, caso do atacado de autosserviço Assaí e do modelo de proximidade, com foco na bandeira Minuto Pão de Açúcar.
Para 2015, o GPA tinha a meta de expandir sua área de vendas em 6%, mas deve encerrar o ano com uma expansão de 5,5%, disse Iabrudi. No próximo ano, esse porcentual de crescimento deve ser menor.
Rentabilidade - O enfraquecimento do consumo no Brasil deve continuar pesando sobre a margem bruta do Grupo Pão de Açúcar (GPA) tanto no negócio de alimentos como no de eletroeletrônicos da Via Varejo, afirmou Iabrudi. Ele considera, porém, que os cortes recentes reduziram as despesas da companhia, o que deve permitir uma manutenção da rentabilidade medida pela margem Ebitda.
O executivo considerou que 2016 pode ser um ano melhor para o grupo em comparação com 2015, uma vez que as linhas de despesas devem crescer abaixo da inflação. A expectativa é que ajustes já implementados podem ter efeito nos resultados pela frente.
Para a Via Varejo, o executivo afirmou que os resultados a partir de outubro indicam que a companhia está recuperando market share, embora ainda haja queda na receita na comparação anual. A margem bruta - que caiu 1,1 ponto percentual nos nove meses encerrados em setembro de 2015 - deve ficar menor, disse. “Mas fizemos um trabalho de redução de despesas que vai permitir rentabilidade parecida com a de 2015”, acrescentou.
No caso da Via Varejo, apenas no terceiro trimestre, a rede dona do Pontofrio e das Casas Bahia fechou 31 unidades deficitárias, totalizando 42 fechamentos entre janeiro e setembro. Houve redução de aproximadamente 11 mil postos de trabalho. Na estrutura corporativa do GPA, ocorreram ainda outros cortes, fazendo com que o grupo perdesse ao todo cerca de 15 mil postos de trabalho de janeiro a setembro.
Já nas bandeiras de varejo alimentar, o cenário mais delicado é o do Extra. Iabrudi afirmou que a companhia vai seguir com as reformas de hipermercados e supermercados da rede, embora num ritmo menor do que o de mais de 60 lojas renovadas este ano. Ainda assim, uma retomada do crescimento em vendas mesmas lojas (unidades abertas há mais de um ano) nessa bandeira “é um tema mais complexo”, disse ele.
Veículo: Jornal do Compércio - MG