Aliança com AgroTools gerou maior sistema de monitoramento do varejo.
Seguindo a prerrogativa iniciada há cinco anos, o Walmart Brasil (Barueri/SP) divulgou, no último dia 25 de maio, a conquista de sua meta: toda a carne bovina comprada no Brasil pelas operações do varejista no mundo não contribuem, em sua origem, com o desmatamento da Amazônia.
A ação só foi possível graças a parceria com a AgroTools (São Paulo/SP), maior empresa de big data do País e líder mundial no processo de gestão e monitoramento de riscos de ativos biológicos para o setor da carne. O sistema, voltado para o consumidor de carne bovina, assegura a procedência de toda a matéria-prima.
O resultado positivo deste programa estimulou o Walmart a anuinciar uma nova meta: a expansão gradativa para as demais regiões do País até 2017. “Esperamos apoiar os frigoríficos de todo País a gerenciar melhor a compra de gado, monitorando os riscos socioambientais, contribuindo efetivamente para a diminuição do desmatamento e do trabalho escravo”, afirma a vice-presidente Comercial, Marketing e Reabastecimento do Walmart Brasil, Adriana Muratore.
Segundo Muratore, o trabalho inicia ainda em 2016 com o monitoramento das listas de trabalho escravo e de áreas embargadas, bem como o cadastro geográfico dessas áreas. Em 2017 o varejista pretende estar apto para monitorar os critérios de unidades de conservação de terras indígenas e para monitorar o desmatamento será necessário abordar a disponibilização de satélites nos demais biomas.
“É uma iniciativa fantástica, que dá a possibilidade de ter um processo dentro da cadeia, começando no campo e terminando no consumidor. Para a JBS foi extremamente importante viver este pioneirismo nessa experiência”, afirma o presidente Mercosul da JBS (São Paulo/SP), Miguel Gularte. A companhia foi a parceria do projeto piloto de monitoramento, realizado em 2009.
Como resultado da tecnologia desenvolvida pela AgroTools, o Walmart foi reconhecido pelo GreenPeace (São Paulo/SP), no final de 2015, como a única rede de supermercados no Brasil que já adotou meios de garantir que a carne que fornecem a seus consumidores não contribui para o desmatamento. “Ao longo destes sete anos conseguimos conquistar o apoio dos três maiores frigoríficos do País, são pelo menos 50 mil fazendas sendo monitoradas diariamente e existe uma prestação de contas pública. Há ainda muito que melhorar, controlando fornecedores indiretos, mas um caminho longo e robusto já foi percorrido”, ressalta a integrante do Greenpeace responsável pela campanha da Amazônia, Adriana Charoux.
O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) é um dos parceiros do projeto. “A gente sempre esteve próximo do varejo, ele está na ponta do relacionamento com os consumidores, e a gente entende que a participação dele nesse processo é essencial para ajudar nesse movimento de cadeia”, pontua o presidente do GTPS, Fernando Sampaio.
Para o presidente da Agrotools, Sérgio Rocha, a ferramenta elimina uma série de incertezas sobre a origem da carne, assim como todos os potenciais riscos associados aos produtos. “Isso é importante sobretudo nos dias de hoje, quando há uma forte pressão e observação global sobre como a pecuária está se desenvolvendo no Brasil, e, em especial, na Amazônia, confere ainda mais relevância ao monitoramento on-line que desenvolvemos”, esclarece Rocha.
Durante o evento em que foram apresentados os resultados desta ferramenta, a secretária de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Patrícia Iglecias, ressaltou a importância na escolha de produtos ecologicamente corretos. “O consumo é essencial para atender as nossas necessidades de sobrevivência, mas o consumismo não. Temos que pensar antes de consumir, escolher aqueles produzidos a partir de produtos ‘eco eficientes’”, finaliza.
“Precisamos despertar a consciência de que o consumo é um ato de responsabilidade sócio-ambiental e que as condições climáticas da cidade, do País e do planeta onde vivemos são fruto das nossas escolhas enquanto sociedade”, finaliza o presidente e CEO do Walmart Brasil, Flavio Cotini.
Como funciona. O Sistema de Monitoramento da Cadeia Pecuária é feito por meio de sistema de informações geográficas com cruzamento de bancos de dados públicos sobre desmatamento recente (Inpe), trabalho análogo ao escravo (InPacto/MTE), áreas embargadas (IBAMA), terras indígenas (FUNAI) e unidades de conservação (ICMBio), tendo como principal foco a realização da gestão de riscos no primeiro elo da cadeia de valor da carne, ou seja, as fazendas de onde saem os bovinos.
Desta forma, todos os pedidos comerciais de carne bovina realizados pelos supermercados aos frigoríficos localizados na Amazônia e/ou com atuação no entorno (cerca de 300 Km) deste bioma, passam pela análise de Risco Socioambiental do Sistema, o que possibilita o monitoramento da conformidade de todos eles com agilidade e segurança, ao mesmo tempo em que se faz com precisão a gestão eficaz dos riscos vinculados à compra da carne bovina da Amazônia Legal que vão parar nas gôndolas do Walmart.
Veículo: Site Feed & Food
