Citando vários efeitos danosos do aumento do desmatamento no planeta, como a elevação da temperatura e a diminuição das áreas produtivas, o presidente do Walmart Brasil, Flávio Cotini, anunciou hoje, durante evento realizado em São Paulo, a expansão do programa de monitoramento da carne comercializada pela rede em todo o Brasil. "O varejo tem papel fundamental para apoiar a redução desses impactos", disse.
A expectativa do Walmart Brasil, com essa ação, é garantir que toda carne comercializada em suas lojas seja monitorada e tenha garantia de procedência até 2017. Até hoje a rede monitorava, via satélite, a carne vinda de frigoríficos da Amazônia, a partir de agora irá monitorar também as procedentes de outras regiões do País. "Desde o início do ano, monitoramos 100% das fazendas que fornecem carne aos frigoríficos com plantas na Amazônia (um trabalho que começou há cinco anos). Depois dessa experiência bem sucedida, vamos expandir o nosso programa para todo o País", anuncia Adriana Muratore, vice-presidente comercial e marketing do Walmart Brasil.
O Sistema de Monitoramento e Gestão de Risco da Carne Bovina, que analisa os fornecedores indiretos do Walmart, ou seja, as fazendas que fornecem aos frigoríficos parceiros da varejista é fruto de um investimento superior a R$ 1 milhão, segundo Adriana. Trata-se de uma ferramenta inovadora, desenvolvida e de propriedade da AgroTools, que integra em um mesmo sistema dados de satélite que mapeiam desmatamento, terras indígenas e unidades de conservação, além das informações de listas públicas de áreas embargadas e trabalho escravo.
Quatro grandes frigoríficos
Desde o final de 2015, todos os dados de fornecedores de carne bovina com plantas frigoríficas no bioma Amazônia estão inseridos na ferramenta. Isso representa mais de 75 mil fazendas que fornecem gado para cerca de 30 plantas frigoríficas pertencentes às empresas JBS, Marfrig, Boiforte e Masterboi.
"Essas informações foram integradas ao nosso sistema de compra de carne, o que viabiliza a equipe comercial saber de forma rápida e precisa, antes de receber o pedido do frigorífico, se há algum risco ambiental ou social na compra de carne de determinada fazenda", detalha Adriana.
A vice-presidente destaca ainda que dependendo do risco identificado pelo sistema, como desmatamento ou trabalho escravo, o sistema bloqueia o pedido de compra e envia notificação para o fornecedor imediatamente. "A empresa só volta a negociar com aquela fazenda após comprovação de que os problemas foram resolvidos. Para cada nível de risco, há uma ação específica recomendada pelo sistema para ser tomada", ressalta.
De acordo com a executiva, além da gestão do risco por parte da empresa, o sistema promoveu mudanças positivas em toda a cadeia da pecuária bovina na Amazônia, particularmente em relação aos pequenos e médios frigoríficos. Com a utilização do sistema, essas empresas mudaram sua forma de trabalhar, incluindo como condição na compra de gado os critérios socioambientais que antes não faziam parte de sua rotina operacional.
"De uma maneira didática, procuramos mostrar para a cadeia que é possível fazer diferente e ter uma pecuária mais sustentável", afirma Muratore. "Com os aprendizados e ganhos alcançados com o sistema, a partir de agora, biomas de outras regiões do País, como o Cerrado e Mata Atlântica, serão monitorados."
O Sistema de Monitoramento e Gestão de Risco faz parte da Plataforma Brasileira de Pecuária Mais Sustentável do Walmart Brasil, que contempla também ações que buscam o desenvolvimento da cadeia produtiva. Neste outro pilar, um projeto inovador desenvolvido em São Felix do Xingu, no Pará, liderado pela TNC (The Nature Conservancy), Marfrig e Walmart, será responsável por levar aos hipermercados da rede uma carne mais sustentável e por entregar ao mercado um modelo de produção que associa mais produtividade no campo a maior conservação da floresta.
O projeto "Carne mais sustentável: do Campo à Mesa" propõe o aumento da produtividade e o maior aproveitamento de pastagens degradadas sem a necessidade de desmatamento no munícipio com o maior rebanho bovino do Brasil. Outro princípio fundamental é a inclusão de toda a cadeia de valor da carne nesse esforço - desde o pecuarista, passando pelo frigorífico até o varejista -, de forma a garantir que o processo seja viável ambientalmente, socialmente e economicamente. A carne mais sustentável Rebanho Xingu chega em junho às lojas de Brasília.
Consumo consciente
O Walmart dará destaque a esta ação na suas comunicações em loja e ações de marketing da empresa, como na sinalização da carne monitorada nos pontos de vendas e nos tabloides de produtos e preços. Além disso, com o objetivo de fomentar uma mudança de hábito de consumo, o Walmart Brasil lança nas redes sociais uma campanha para convocar seus seguidores e clientes a fazer a sua parte e apoiar a compra consciente de alimentos e produtos com a hashtag #eucomproconsciente.
Além da "Plataforma de Pecuária Sustentável", a hashtag #eucomproconsciente será usada para convidar o público a conhecer outros projetos sustentáveis do Walmart Brasil como o "Clube dos Produtores", que incentiva a produção da agricultura familiar, o "Sustentabilidade de Ponta a Ponta", que desafia os principais fornecedores do Walmart a rever seus processos de produção e desenvolvimento de embalagens para reduzir seu impacto ambiental, e o Programa de Monitoramento de Pescados, que contribui para a preservação da biodiversidade em ambientes aquáticos.
Pecuária Sustentável
Desde 2009, o Walmart, assim como outro grandes varejistas e frigoríficos, vem desenvolvendo diversas iniciativas com foco na pecuária sustentável. A companhia estabeleceu, em outubro 2010, a meta global de garantir, a partir de 2015, que a carne bovina comprada do Brasil, por todas as operações da rede no mundo, não contribua em sua origem com o desmatamento do bioma Amazônia.
A operação brasileira é a responsável pela liderança desta meta dentro da companhia, e, para isso, criou em 2011 a Plataforma Brasileira de Pecuária mais Sustentável, que possui quatro pilares: Desenvolvimento da Cadeia Produtiva, Gestão de Riscos, Relacionamento com Stakeholders e Gestão do conhecimento.
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Redação Portal ABRAS