Segmento fecha 2016 com crescimento de apenas 1,26% em Minas, abaixo da projeção de 1,8% da Amis
Nem o bacalhau, nem o tradicional peru. Em 2016, quem ganhou espaço na ceia de Natal dos mineiros foram as carnes suínas, cujas vendas subiram 20% no último mês do ano passado na comparação com igual período de 2015. O preço mais em conta foi uma das razões para a alta, mas, em geral, a substituição de produtos da cesta por itens mais baratos, além de uma postura mais contida do consumidor na data, acabaram interferindo nos resultados dos supermercadistas de Minas Gerais no ano. O segmento conseguiu encerrar os 12 meses com crescimento real nas vendas de 1,26%. Entretanto, o percentual foi inferior aos 1,8% estimados na última projeção da Associação Mineira de Supermercados (Amis), anunciada em outubro.
Os estabelecimentos em Minas contavam com as festas de fim de ano para impulsionar o comércio e fechar 2016 com uma expansão próxima dos 2%. Mas as expectativas do setor não se confirmaram e, somado ao fraco desempenho de outubro – queda de 3,97% –, o crescimento foi menor do que o previsto. Para o Natal, era aguardada uma elevação nas vendas da ordem de 4,5%. O balanço da Amis divulgado ontem, no entanto, mostrou que, em dezembro, o resultado apurado foi de apenas 0,01% superior ao mesmo mês do ano anterior.
Em uma análise mais ampla, o superintendente da Amis, Antônio Claret Nametala, atribuiu a dinâmica a um indicador fundamental para a economia nacional: o de emprego. Para o dirigente, o elevado número de desempregados no Brasil vem influenciando não só na proporção do consumo, como no mix de produtos comercializados. E os empresários do ramo constataram isso de perto.
“Sentimos realmente um reflexo grande do desemprego. Tínhamos uma previsão de crescimento no Natal (de 4,5%), mas que não aconteceu. Dezembro começou bem, mas no Natal deu uma esfriada. Percebemos que vendemos mais produtos alternativos, com preços mais em conta”, avalia Claret, ao lembrar a redução na demanda por peru (-18%) e bacalhau (-15%), produtos típicos da ceia natalina no Estado, mas com maior custo.
Comemoração - O resultado anual abaixo do esperado, porém, não impediu a comemoração por parte dos supermercadistas mineiros, naquele que foi o quinto ano consecutivo de alta. Claret lembra que, no começo de 2016, a primeira projeção do setor para o período era bem mais modesta. “Abrimos o ano falando em um crescimento de 0,5%, mas o setor se empolgou um pouco, o que nos levou a elevar a projeção em outubro. Então, claro que (o ano) foi positivo, porque a alta foi mais do que o dobro do projetado no início do ano”, explica o superintendente da Amis.
O comércio nos supermercados em dezembro, no confronto com novembro, também aumentou no Estado: 27,47%. Dentre as sete regiões pesquisadas pelo Termômetro de Vendas da Amis, o Triângulo/Alto Paranaíba foi a que apresentou o melhor desempenho: 29,40%. Em seguida, vieram Centro-Oeste (28,02%), Rio Doce (27,14%), Central (27,12%), Sul (27,10%), Zona da Mata (25,80%) e Norte-Noroeste (25,64%).
O faturamento real dos supermercados mineiros encerrou 2016 em R$ 33,9 bilhões, o que deve contribuir para o Estado seguir como o segundo maior mercado no ramo do País.
Gabriela Pedroso
Fonte: Diário do Comércio de Minas