São Paulo - As redes de supermercados regionais e de médio porte, como Giassi, Bourbon e Zaffari, possuem uma relação custo-benefício superior a das grandes varejistas nacionais, na avaliação de consumidores ouvidos pela CVA Solutions
Para o diretor da empresa de pesquisa de mercado, Sandro Cimatti, a melhor avaliação do valor percebido (nome dado pela companhia para o indicador que mede a percepção do custo-benefício) das redes regionais se dá, principalmente, por um motivo: "Elas conseguem ser específicas e dar um atendimento mais personalizado para seus consumidores".
Além disso, diz o especialista, os supermercados regionais possuem um mix, tanto de produtos quanto de atendimento e experiência, com uma visão mais local. "As redes nacionais, por mais que tentem se adaptar ao consumidor regional, acabam não conseguindo customizar tanto por região", diz.
Segundo a pesquisa da CVA Solutions, que ouviu mais de 7,7 mil brasileiros, o varejista de alimentos com a melhor avaliação no indicador foi o Giassi Supermercados, de Santa Catarina, seguido pelo Bourbon, do Rio Grande do Sul (veja mais no ranking). As maiores do ramo, Carrefour e Pão de Açúcar, ficaram com a décima segunda e a décima terceira colocação, respectivamente. Já em força de marca, indicador que mede a 'reputação' das empresas, as redes nacionais de grande porte tomaram a frente, com destaque para o modelo de atacarejo. Na avaliação, o primeiro colocado foi o Atacadão, do Grupo Carrefour, seguido pelo Assaí, do Grupo Pão de Açúcar (GPA). Em terceiro e quarto ficaram o Extra (do GPA), e o hipermercado Carrefour. Segundo Cimatti, as duas redes de atacarejo ganharam importância em força de marca este ano pela forte expansão das empresas, que vem inaugurando uma quantidade expressiva de lojas em diversas regiões do Brasil.
Ambas também apresentaram uma melhora no valor percebido, subindo este ano para a quinta e sexta colocação. Em 2016, o Atacadão tinha ficado em décimo lugar no ranking e o Assaí em sétimo.
Principais problemas
O levantamento da CVA apresentou ainda os principais problemas encontrados pelo consumidor nos supermercados nos últimos doze meses. O principal deles, citado por 34,2% dos entrevistados, é a fila nos caixas. A questão foi apontada em maior quantidade pelos clientes das grandes redes. No Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, o problema foi citado por 41,1% dos consumidores. Já no Grupo Carrefour e Walmart por 31,4%.
Em redes regionais, como o Giassi e Zaffari, a taxa cai para 28,9% e 22,8%, respectivamente. "As redes médias tendem a administrar melhor essa questão da fila", afirma Cimatti.
O segundo problema mais citado pelos consumidores (24,4%) foi a ruptura, ou seja, a falta de produtos nas gôndolas. Em seguida ficou a falta de vagas nos estacionamentos, citada por 18,7%, e itens sem sinalização de preços (13%).
O estudo trouxe dados também sobre a penetração das vendas on-line no setor. Segundo o diretor da CVA Solutions, o percentual de consumidores que compram pela internet no varejo alimentar ainda é muito baixo, principalmente se comparado com outros setores, como o de eletrônicos e de drogarias. "No varejo de eletrônicos mais de 50% das pessoas compram pela internet, em drogaria 30%", diz. De acordo com a pesquisa, 77,1% dos entrevistados afirmaram que não costumam comprar produtos de alimentação pela internet. Os sites mais citados pelos consumidores que compram foram o do Extra, Walmart e do Carrefour.
Em relação ao uso de aplicativos nas compras de supermercado, como Supermercado Now, Superlist e HomeRefill, quase 10% dos entrevistados afirmaram que costumam comprar com as plataformas. Para Cimatti, o número é alto, considerando que é um tema novo no setor. "A tendência é que cresça ainda mais", diz.
Fonte: DCI São Paulo