Atualmente, a Lei de Cotas de PCD determina a obrigatoriedade de contratação de pessoas com deficiência para qualquer empresa com 100 ou mais empregados. Mesmo assim, ainda há resistência no processo de contratação. Mas, na Cencosud Brasil, quarta maior supermercadista do país e detentora das bandeiras GBarbosa, Perini, Mercantil Rodrigues, Bretas e Prezunic, apenas em 2019, foram contratados mais de 120 profissionais com esse perfil.
O grupo emprega ao todo mais de 1.100 funcionários PCDs com deficiências de diferentes níveis, que podem ser classificadas em física, auditiva, visual e mental. A companhia enxerga nesta iniciativa uma oportunidade de ter em seu quadro, colaboradores compromissados e que valorizem o trabalho. "Todos são bem-vindos, independentemente da deficiência que possuem. O RH é especializado em selecionar cada um para a vaga correta de acordo com a habilidade, basta que o candidato tenha os requisitos necessários para o cargo", destaca Fábio Oliveira, gerente de Responsabilidade Social da Cencosud Brasil.
A rede se destaca pela adoção de uma política de diversidade e inclusão, que incentiva a contratação e o respeito aos diferentes perfis de colaboradores, em relação à idade, gênero, etnia, orientação sexual, nacionalidade e também a pessoas com deficiência (PCD).
Inclusive, para facilitar o contato com clientes e colaboradores surdos, a Cencosud Brasil disponibilizou o curso e-learning sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ele faz parte do plano de capacitação disponível a 100% da companhia, que pode ser assistido durante o horário de expediente com duração de pouco mais de duas horas.
O auxiliar de hortifrúti do Bretas, Marco Aurélio Carvalho da Silva, de 25 anos, trabalha diretamente com o deficiente auditivo Josué Carlos Ribeiro Abadia, 38, e percebeu que precisava se comunicar melhor com o colega para facilitar a rotina de ambos. "Há quase um mês fiz o curso na plataforma, que me ajudou a conversar no dia a dia com o Josué e com outros colegas com esta deficiência", explica. Marco Aurélio afirmou que nunca pensou em aprender Libras, mas abraçou a oportunidade para poder ajudar ao próximo. Além de ter um melhor contato profissional, agora também orienta clientes na loja e até mesmo consegue amparar outros deficientes auditivos fora da unidade.
A iniciativa destaca também exemplos de perseverança e conquista, como é o caso da Fernanda Vitória, 31 anos, empacotadora na loja do GBarbosa Costa Azul, em Salvador/BA, desde 2014. Com deficiência auditiva identificada aos 5 anos, ela já trabalhou como autônoma em lojas de rua e teve na rede supermercadista o seu primeiro emprego com carteira assinada.
Outro exemplo é da deficiente visual Jacilda Costa, 36 anos, que trabalha no Mercantil Rodrigues desde 2013. Aos 2 anos de idade ela sofreu um acidente e teve o olho esquerdo perfurado. "Enxergo de um olho só. Lido com a deficiência desde pequena, me acostumei e nunca foi um obstáculo", conta. Ela diz que a lei de PCD foi muito importante para assegurar o ingresso no mercado de trabalho e revela que, mesmo com a deficiência, é possível aproveitar as oportunidades. "Participei de seleções internas, fui assistente de Recursos Humanos, hoje estou como analista de RH e pretendo continuar me aperfeiçoando", afirma Jacilda.
O departamento de Recursos Humanos da Cencosud conta com o apoio de instituições parceiras para realizar entrevistas na língua de sinais, visando à melhor experiência dos candidatos durante os processos seletivos. Contratada por meio da entrevista em Libras, Mara Luz, 49 anos, é auxiliar de operações no Prezunic, trabalho que garante seu sustento e o de sua filha, a estudante Thaís, de 18 anos. "Foi a primeira vez que participei de um processo seletivo na minha língua", diz Mara. "A entrevista em Libras me deixou mais segura e aumentou as minhas chances".
Fonte: Assessoria de Comunicação da Ceconsud