Na era da competição global, estratégias de fidelização e engajamento são fundamentais para a sobrevivência das operações de varejo. Juntar “selinhos” é uma das campanhas mais eficientes em voga entre os grandes players nacionais nos últimos dois anos. Gigantes do setor como Pão de Açúcar, Extra e Dia fazem campanhas regulares, quase todas sob a responsabilidade da empresa holandesa BrandLoyalty.
Segundo a CEO da BrandLoyalty no Brasil, Beatriz Ramos, essa é uma iniciativa que pode ser adotada por qualquer empresa de varejo, independentemente do porte, mas que exige cuidados. “É importante que as redes não façam esse tipo de ação sozinhas. Essa é uma operação que precisar ser muito bem acompanhada, desde o volume de selinhos colocado à disposição, os prazos, a entrega dos brindes, tudo deve ser feito por quem é especialista”, afirma Beatriz Ramos.
As campanhas de selinhos promocionais já têm garantido às redes varejistas um aumento entre 6% e 15% no faturamento, mesmo em tempos de crise, além do boca a boca que as campanhas promovem. Movimentam, também, muitos outros mercados com a troca dos selinhos por produtos de primeira linha. A operação de R$ 200 milhões chega a movimentar, individualmente, mais de 1,2 bilhão de selos e mais de um milhão de toneladas de produtos. O Brasil já é o quinto mercado que mais fatura para a companhia. A multinacional opera em 60 países, com 32 escritórios internacionais.
A presença da BrandLoyalty em Minas Gerais se deu até agora através as unidades de parceiros de presença nacional. “Minas Gerais é um grande mercado e é sede de algumas redes de varejo muito interessantes com as quais temos muita vontade de trabalhar. Já sabemos que o consumidor mineiro se engaja e tem aproveitado as oportunidades que surgem através dessas campanhas”, destaca a CEO da BrandLoyalty no Brasil.
O selinho é uma ferramenta capaz de agregar experiência à operação de varejo, transformando uma ação rotineira de compra em algo divertido e que entrega benefícios. A ideia é que ele faça com que o cliente concentre suas compras em uma só rede para ter direito à recompensa em forma de brinde, sem a necessidade de sorteios. É uma relação direta.
“Claro que a campanha tem que ter um prazo para criar um senso de urgência e a mensagem passada precisa ser alinhada ao marketing da empresa. Deve ser interessante a ponto de superar alguma falha eventual da rede. Que o cliente pense ‘é melhor comprar aqui que me dá um brinde e não tem leite de vez em quando do que em um lugar que falta leite e não me dá nada’”, analisa.
Em 2019, a gestora foi listada pela Loyalty Magazine no ranking das 30 maiores personalidades, com menos de 40 anos de idade, que inspiram o criativo mundo de campanhas de fidelização de clientes. Pianista clássica, fez carreira em marketing depois de se afastar da música como carreira aos 21 anos, por um problema de saúde. Virou executiva da Sony Music, onde trabalhou até 2011, quando foi contratada para iniciar no Brasil a operação da BrandLoyalty – que cresce 75% ao ano.
“Fazer a transição de carreira não foi fácil e voltar para o Brasil, um grande desafio profissional. O País, além de continental, tem muitas diferenças regionais, tem problemas e dificuldades específicas como o sistema tributário, por exemplo. Mas para ter sucesso não podemos ficar reclamando dessas condições, temos que entendê-las e enfrentá-las. A nossa meta é continuar crescendo no mesmo ritmo desde que chegamos ao Brasil”, completa a executiva.
Fonte: Diário do Comércio