Pandemia acelera volta do grupo Big às vendas online

Leia em 3min 30s

A pandemia do novo coronavírus chacoalhou o Grupo Big, a terceira maior rede de supermercados do País. Há exatamente um ano, a empresa controlada pelo fundo americano Advent e na época ainda usando a bandeira Walmart, anunciava a saída do comércio online, na contramão dos concorrentes.

A intenção era centrar esforços nas lojas físicas e reerguer a companhia. Mas, nesse meio tempo, eclodiu a pandemia e o projeto de volta ao varejo online teve de ser colocado em pé a toque de caixa. “Estamos finalizando um plano de 12 meses em três meses”, afirma Fabiano Sant’Ana, diretor executivo do grupo.

Responsável pela área digital da companhia, o executivo egresso da Basf estava havia 40 dias na empresa, ainda em processo de integração, quando a pandemia eclodiu, em meados de março. Na época, ele tinha apenas um rascunho do plano para reinserir a empresa no varejo online – que rapidamente se concretizou. Até o final do mês que vem, 200 das 400 lojas vão estar integradas ao varejo digital. Hoje são 75 lojas físicas ligadas ao comércio online.

Batizado de “Big em casa”, o projeto inclui dois tipos de delivery e um drive-thru e contempla as bandeiras Big, Bompreço, Big Bompreço, Nacional, Mercadorama, MaxxiAtacado e Sam’s Club.

Um delivery é express, voltado para compras de pequenos volumes, 16 itens ou 9,8 quilos, no máximo, e entregas em até uma hora. O outro delivery é para compras grandes, de abastecimento, com volume ilimitado. Neste caso, a entrega é em até um dia e com hora marcada.

Sant’Ana explica que o cliente entra no site do “Big em casa”, escolhe, no caso do delivery, a melhor proposta de entrega, de taxas e prazos, e é direcionado para um aplicativo específico. A companhia fechou acordo operacional com três empresas para fazer as entregas: a Cornershop (do Ubereats), o iFood e o Supermercado Now (da B2W). Cada uma tem um contrato diferente e o Big paga às empresas de entrega uma comissão para atender ao cliente.

Para o consultor Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), a estratégia da companhia de fechar parcerias com empresas importantes de entrega foi para acelerar a venda.

“O Big foi para o comércio online num modelo de contingência”, diz o especialista. Ele explica que, ao se acoplar a plataformas de terceiros, em poucos dias a empresa sai vendendo. “Essa foi a estratégia.”

‘Lockdown’

A outra perna do projeto de varejo online é o drive-thru, chamado pela empresa de clique e retire. O cliente escolhe os produtos no site e marca horário de retirada na vaga de estacionamento da loja reservada para isso.

Segundo o executivo, não é preciso sair do carro, pois um funcionário coloca as compras no porta-malas e o cliente finaliza o pagamento, sem custos extras. “Esse fluxo inteiro, de entrada no estacionamento até a saída com o carro carregado, demora quatro minutos”, diz.

O projeto do drive-thru começou a funcionar este mês na loja do Big do Pacaembu, na zona Oeste da capital paulista. Para as próximas semanas, a meta da companhia é colocar em funcionamento o clique e retire em 17 lojas em Recife (PE) e em Salvador (BA).

“Estamos nos concentrando no Nordeste por causa das cidades que já estão em ‘lockdown’ ou em risco de entrar em isolamento total”, diz Sant’Ana.

Cidades do Maranhão e do Estado de São Paulo, onde a empresa tem loja e a situação da pandemia é bem crítica, também terão drive-thru, assim como as capitais do Sul. Tanto no delivery como no drive-thru os cerca de 15 mil itens oferecidos, que incluem frutas, verduras, legumes e itens de padaria têm o mesmo preço das lojas físicas.

O executivo não revela os investimentos no projeto online, mas diz que as cifras são pequenas. O que mais contou foi a rapidez para virar a chave. Para isso, foi feito um mutirão com equipes de outras áreas da companhia que estavam com baixo volume de serviço por causa da pandemia, como a de projetos estratégicos.

 

Fonte: Isto È 


Veja também

GPA antecipa projeto de marketplace

O GPA, dono das redes Pão de Açúcar, Extra e Assaí, acelerou projetos nas áreas alime...

Veja mais
Assando o próprio pão

Os supermercados Prezunic começaram a vender a massa semipronta congelada de pão francês em todas as...

Veja mais
Extra, Pão de Açúcar, Assaí e Compre Bem aceitam cartão emergencial para pagamentos

Desde sábado, 16 de maio, os beneficiários do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal po...

Veja mais
Pandemia amplia demanda por novos colaboradores em supermercados

Não foram apenas os hábitos das pessoas que mudaram com a pandemia, mas também o perfil de vagas de...

Veja mais
Brasileiros buscam por ofertas e estão comprando em maior quantidade nos “atacarejos”

De acordo com um estudo realizado pela Kerry, multinacional irlandesa com atuação na América Latina...

Veja mais
Supermercado Now, da B2W, fecha acordo com Grupo BIG

A empresa de comércio eletrônico B2W anunciou na quarta-feira (13) que sua unidade Supermercado Now fez uma...

Veja mais
GPA mantém planos de desinvestimento

O grupo supermercadista GPA espera que a maioria das conversões, reformas e aberturas de lojas se concentrem no s...

Veja mais
Fipe e Alelo divulgam indicadores inéditos sobre os impactos da Covid-19

A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com a Alelo, bandeira especializada...

Veja mais
Pão francês congelado é solução para quem tem saudades do produto na quarentena

   A saudade do pão fresquinho, saído do forno, é...

Veja mais