O coronavírus está fazendo com que muita gente compre nos comércios mais próximos de casa. E não é só isso. A maioria dos consumidores afirma que pretende continuar com a prática mesmo depois que a pandemia terminar.
É o que mostra uma pesquisa feita pela consultoria empresarial Accenture entre os dias 20 e 25 de maio, que descobriu ainda que a crise atual estimulou também a busca por produtos de origem local.
De acordo com o diretor de vendas e serviços da consultoria, Carlos Fan, essa tendência tem a ver com a busca por segurança sanitária e rapidez no acesso aos produtos, além da empatia das pessoas com os comerciantes locais.
“Essa lógica da conveniência deve se manter mesmo depois de passada a pandemia”, avalia. “Até porque há também a justificativa de apoio ao empreendedor local”.
Entre os entrevistados, 72% disseram que estão fazendo mais compras em comércios de bairro desde que a infecção começou. Desses, 80% afirmaram que pretendem continuar consumindo em locais mais próximos mesmo após a pandemia passar.
A valorização de produtos fabricados localmente também se destacou entre os ouvidos, com 64% das pessoas dizendo que intensificaram esse consumo.
Se esse movimento realmente se mantiver, será uma ótima notícia para os empreendedores que vêm sofrendo com a crise –de 6,7 milhões de micro e pequenos empresários que buscaram crédito, apenas 1 milhão conseguiram, segundo um levantamento da FGV/Sebrae.
Artesanal
O levantamento da Accenture também identificou uma valorização maior da personalização, com produtos artesanais sendo mais buscados durante a crise.
“Mais da metade dos consumidores diz que autenticidade é importante nas decisões de compra”, aponta Fan. Como exemplo, a consultoria cita o forte incremento de buscas no site Elo7, portal de compra e venda de produtos personalizados.
Em abril, segundo levantamento da SEMRush, a plataforma ficou em terceiro lugar na lista de sites de ecommerce mais acessados, atrás somente da Americanas.com e Magazine Luíza. Entre janeiro e abril, a alta nos acessos do portal foi de 35%.
“Há uma tendência de valorização do pequeno empreendedor”, afirma o diretor da Accenture. “Começa a ganhar importância o consumidor ativista, que está preocupado com a empatia com o próximo. É aquela pessoa que ajuda a pessoa mais idosa no prédio durante a pandemia, que compra produtos locais para ajudar aqueles que estão sofrendo com a crise”, exemplifica o diretor.
Fonte: Newtrade