Entre as consequências que a pandemia vem causando, o varejo alimentar tem sofrido algumas rupturas, que não necessariamente significam desabastecimento, mas sim a falta de alguns insumos ou marcas que foram apontadas pelo estudo desenvolvido pela Neogrid, especializada na sincronização automática da cadeia de suprimentos.
De acordo com os dados levantados, o índice de ruptura, que mede a falta de produtos nos supermercados brasileiros, encerrou o mês de agosto com 12,08%. Em março, no início da quarentena, o índice era de 11,41% e depois chegou a 12,57% em maio. Agora ele vem caindo.
O estudo também chama atenção para um dos itens mais apreciados pelos brasileiros, a cerveja. Conforme o índice de ruptura, que em 2019 era de cerca de 10%, este ano ele chegou a 16%. Essa ausência de algumas marcas nas prateleiras já foi notada inclusive pelos consumidores.
Para Robson Munhoz, vice-presidente Latina America, da Neogrid, a explicação para a alta ruptura da cerveja está na cadeia produtiva, mais especificamente, no fornecimento de vidro e lata para a confecção das embalagens. "Não estamos falando em desabastecimento. Há falta de algumas marcas. Se falta embalagem não tem como produzir e vender cerveja no mercado", defende.
Apesar dos números, Munhoz acredita que essa tendência também deve se normalizar, ainda que esses índices estejam altos. "É importante que a indústria e o varejo estejam compartilhando informações para que os desafios não sejam ainda maiores na cadeia de abastecimento. Senão ninguém ganha o jogo", destaca.
Fonte: Supervarejo