Aporte será utilizado para financiar fusões e aquisições, abrir novas lojas, fortalecer logística e impulsionar plataforma de comércio eletrônico
A varejista chilena Cenconsud, dona de marcas como Gbarbosa e Bretas no Brasil, pode captar ao menos R$ 1,5 bilhão na abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) de sua unidade brasileira, de acordo com fontes.
A empresa engorda uma lista na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que já conta com 33 nomes em análise e pode chegar à B3 valendo cerca de R$ 15 bilhões ou até mais, dependendo do apetite dos investidores.
O grupo chileno é listado na Bolsa de Santiago, avaliado em US$ 4,1 bilhões por lá, onde é o maior do mercado local. No Brasil, a Cencosud chegou em 2007 e destaca ser a quarta maior rede varejista alimentar, atrás de nomes como Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Grupo Mateus. Pelo seu tamanho, o grupo francês é avaliado em R$ 36 bilhões na B3. Além do Brasil e Chile, a Cencosud opera na Argentina, Colômbia e Peru, com vendas de US$ 14 bilhões em 2020.
O IPO será só de oferta primária, ou seja, tudo o que captar vai para a empresa. Inicialmente, a oferta de ações foi pensada para o primeiro semestre, mas agora deve acontecer em outubro ou novembro. Do total captado, o grupo vai usar 50% para financiar fusões e aquisições; 35% para abrir novas lojas e 15% para logística e sua plataforma de comércio eletrônico. Atualmente, tem 339 lojas no Brasil, com receita total de R$ 4 bilhões no primeiro semestre.
Grupo chileno cita riscos políticos em proposta de IPO
No prospecto, ao falar dos fatores de risco, a Cencosud alerta que a crise econômica e política no Brasil pode ter “efeito adverso” relevante sobre o setor supermercadista. O documento lembra da briga entre Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF), da CPI da Covid e das dezenas de pedidos de impeachment do presidente no Congresso. “A Companhia não pode estimar o impacto dos desenvolvimentos políticos e macroeconômicos brasileiros e globais em seus negócios.”
O IPO da Cencosud é coordenado pelo Itaú BBA (líder), Bank of America, JPMorgan, Bradesco BBI e Santander. Procurada, a empresa não comentou.
Fonte: Brodcast + Estadão