Ambiente: Setor reclama da falta de processos de coleta mais avançados
O mercado de reciclagem de politereftalato de etileno (PET) representa cerca de um terço do faturamento líquido de toda a indústria de PET brasileira, ou R$ 1,12 bilhão. Segundo informações da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), o faturamento dos fabricantes alcançou o montante de R$ 3,38 bilhões em 2009, o que representou um avanço de cerca de 6% frente aos R$ 3,18 bilhões registrados no ano anterior.
"A reciclagem de PET ocupa um papel importante na indústria. As aplicações tecnológicas e os graus de limpeza de PET que estão sendo desenvolvidos em todo mundo estimulam esse crescimento", disse o presidente da associação, Auri Marçon.
A indústria de PET é formada basicamente pelas fabricantes de pré-forma (forma usada para fazer a garrafa PET), empresas recicladoras e pelas fabricantes de resina. Não há o levantamento exato de quantas companhias compõem o setor no Brasil - já que o segmento de pré-forma é muito pulverizado - mas a área emprega cerca de 40 mil funcionários direta e indiretamente.
O crescimento do segmento de reciclagem, com 182 empresas espalhadas em todas as regiões brasileiras, vem se destacando dentro da indústria. Em 2009, registrou um avanço de 3,6% no volume de embalagens de PET recicladas, totalizando 262 mil toneladas, contra 253 mil toneladas que receberam destinação ambientalmente adequada em 2008.
Isso significa que o total de PET reciclado pelo Brasil corresponde a 55,6% das 471 mil toneladas do produto passível de ser reciclado no país. "Esse resultado é um dos maiores no mundo", disse Marçon.
Para o executivo, no entanto, os resultados da indústria de PET poderiam ser muito melhores se houvessem processos de coleta de garrafas usadas mais avançados. "As empresas afirmam que ainda é difícil a captação de PET", diz. O último censo realizado pela associação revelou que 35% das empresas atuantes no setor têm tido cada vez mais dificuldades em obter PET pra comprar.
Mesmo assim, há otimismo no mercado, já que 83% dos entrevistados afirmaram que planeja realizar investimentos nos próximos 12 meses. Para Marçon, 2010 significará um crescimento de dois dígitos no volume de reciclagem de PET no país.
Unnafibras vai abrir nova fábrica no país em 2011
A reciclagem de PET voltada para o setor de alimentos vai ganhar mais um competidor no Brasil. A Unnafibras , empresa que recicla PET e utiliza o material reciclado em fibras de poliéster, anunciou hoje que vai investir R$ 20 milhões em uma nova planta voltada para a fabricação de embalagens alimentícias. A empresa já possui três plantas no país, sendo duas de reciclagem e uma de fibras.
"Estamos diversificando nosso portfólio. Ainda é um mercado pequeno no Brasil, é arriscado, mas acreditamos que há espaço", afirmou o presidente da Unnafibras, José Trevisan Júnior.
A nova fábrica será instalada na unidade de reciclagem da empresa, localizada em João Pessoa (PB) e deverá estar concluída até o final de 2011. A capacidade do novo projeto será de três mil quilos por hora de resina reciclada, mas existe um potencial de incremento, sem grandes investimentos, para quatro mil por hora, segundo o executivo. (VD)
Veículo: Valor Econômico