O Brasil produz cerca de 670 mil toneladas de resíduos eletroeletrônicos por ano e não reaproveita nem 10% do que é descartado.
Somados a outros materiais, que não são reciclados por falta de incentivo, conhecimento ou estrutura, o país perde por ano R$ 8 bilhões.
Os dados foram divulgados ontem em Recife, no Seminário Internacional de Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos, promovido pelo Porto Digital, um dos principais parques de desenvolvimento de softwares do país.
O pesquisador do Itep (Instituto de Tecnologia de Pernambuco) Bertrand Sampaio de Alencar citou como exemplo a substituição da tecnologia analógica pela digital nas TVs, o que levará à troca em massa de aparelhos até 2017.
De acordo com o pesquisador, 79,3 milhões de televisores deverão ser descartados nos próximos dez anos no Brasil.
Para Francisco Nascimento, chefe de divisão do Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis do Ministério do Desenvolvimento Social, a sociedade "não sabe" o que fazer com esses resíduos.
"Trabalhou-se com a ideia de consumo, mas não com a do descarte", disse.
Segundo ele, existe hoje cerca de 1 milhão de catadores de materiais recicláveis no Brasil e quase todos estão expostos à contaminação pelos resíduos dos eletroeletrônicos.
Veículo: Folha de S.Paulo