Valor é de R$ 0,19 por unidade no Estado de SP
Sempre que vai ao supermercado, o aposentado Nivaldo Bekedorff leva uma sacola ecológica. Isto para evitar o uso de sacolas plásticas. E quando não dá para levá-la, ele procura colocar as mercadorias em poucas embalagens. As que armazena em casa têm uma destinação - guarda e coloca lixo. Mas com um detalhe. "Coloco as sacolas dentro de sacos de lixo. Assim, evita de rasgar no meio da rua e causar problemas", comenta.
A partir de segunda-feira, começa a valer um acordo entre o governo de São Paulo e a Associação Paulista de Supermercados (APAS). Os clientes passarão a pagar pelas sacolas plásticas. O valor é de R$ 0,19/unidade. De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a medida valerá em todo o Estado. "Inicialmente, os supermercados representados pela APAS e futuramente todos os estabelecimentos que quiserem fazer parte do acordo", cita trecho de nota enviada pela secretaria ao Jornal de Limeira. O Jornal de Limeira apurou que boa parte dos supermercados da cidade é associado à entidade.
Gerente de um supermercado da cidade, Devanir Bueno de Carvalho já foi comunicado sobre o acordo. E tem a seguinte opinião. "Vai demorar um pouco para acabar com as sacolas plásticas, pois as pessoas não costumam trazer embalagens de casa". No estabelecimento em que ele trabalha, são utilizadas pelos consumidores cerca de mil sacolinhas por dia. "A gente até oferece outras opções - como caixas de papelão e sacolas ecológicas a preços promocionais. Mesmo assim, há resistência por parte de alguns", fala.
A medida não gerará multa a quem continuar distribuindo sacolas plásticas de graça. Ela tem mais caráter educativo. É isto que seguirá outro supermercado de Limeira. O gerente dele, Dinael Scatolin, diz que a rede em que trabalha cumprirá o acordo. E faz também uma observação assustadora. "Menos de 1% dos clientes costumam trazer sacolas de casa", diz. Com a baixa participação dos consumidores, muitas embalagens plásticas são utilizadas todos os dias. "A média é de seis mil unidades por dia", conta.
Agora, com a cobrança por parte dos supermercados, Scatolin torce para que a clientela se conscientize e faça algo em prol das futuras gerações. "Esta medida, por exemplo, terá reflexos no futuro".
IMPACTOS
É sabido que as sacolas descartáveis são responsáveis por inúmeros impactos ambientais. Elas levam aproximadamente 100 anos para se decompor. É muito tempo. E mais. O uso incorreto delas causa entupimentos de galerias e bueiros, polui a água e o solo, além de trazer prejuízos à vida dos animais. Ambientalistas vão além disso e apontam outros problemas. Um deles é que as sacolas plásticas geram gás metano - um dos causadores do efeito estufa.
Informa a assessoria da Secretaria Estadual do Meio Ambiente que o acordo visa desestimular o uso das sacolas plásticas, as quais são derivadas do petróleo.
Até o final do ano, os supermercados que assinarem a parceria com o governo estadual cessarão a entrega de embalagens plásticas. O prazo é de 180 dias após a assinatura.
É importante ressaltar que o acordo não tem peso de lei e, portanto, não haverá punições para quem continuar utilizando as sacolas descartáveis. A intenção é despertar a conscientização das pessoas e criar novos hábitos para o transporte das compras feitas em supermercados.
Veículo: Jornal de Limeira - SP