60 toneladas de plástico deixaram de ser descartados no ambiente - Quase 13,5 milhões de sacolas deixaram de ser descartadas
Ao completar um mês da Lei Municipal 9.529/2008, a campanha que apoia o uso de sacolas retornáveis começa a consolidar bons resultados. É o que mostra o levantamento feito pelos organizadores da campanha.
São cerca de 60 toneladas de plástico que deixaram de ser descartados no meio ambiente com mais de 13,5 milhões de sacolas não utilizadas pelos consumidores.
Se amarrássemos umas nas outras, as sacolas que deixaram de ser usadas em 30 dias de campanha representam uma distância de 3.600 quilômetros, o que equivale a uma viagem de Belo Horizonte até Rio Branco, no Acre.
Um levantamento feito pela Associação Mineira de Supermercados (Amis) indica que nos supermercados de Belo Horizonte, na última semana do primeiro mês de implantação da lei das sacolinhas, de cada 10 consumidores que vão a supermercados, sete já estão levando suas sacolas retornáveis.
Na primeira semana de implantação, ou seja, ainda em abril, a proporção era de quatro em 10.
O mesmo levantamento aponta que a utilização das sacolas plásticas descartáveis compostáveis, feitas à base de amido de milho, é cada vez menor nos supermercados.
Na primeira semana, cerca de cinco consumidores em 10 recorriam ao produto descartável. Ao fim do primeiro mês de implantação, apenas dois em 10 usam o plástico descartável nos supermercados.
Acredita-se que em julho ou agosto a proporção será de um em 10.
Também nas padarias o uso do plástico está em franca queda desde o início da campanha. A utilização do plástico descartável compostável, feito de amido de milho, caiu 75% ao final do primeiro mês em relação ao início da campanha.
"Percebemos que nossos clientes têm levado as sacolas retornáveis ou caixas de papelão para levar os produtos", destaca o presidente da Associação Mineira de Panificação (Amipão), Luiz Carlos Xavier. O setor utiliza também o papel como alternativa para o consumidor levar os produtos para casa.
Para a vice-presidente da Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas), Cláudia Volpini, o ponto mais positivo da campanha é a mudança de hábito da população. "Chamar a atenção da sociedade sobre a preocupação com o futuro é uma coisa nova. Estarmos preocupados com gerações futuras é muito importante. A conscientização sobre o uso consciente do plástico é só o início."
" muito importante enfatizar que esses números mostram que a população de Belo Horizonte apoia e aderiu à campanha de maneira mais acelerada que, por exemplo, a de Jundiaí (SP), primeira cidade brasileira a banir o uso de sacolas plásticas. O fato de existir uma lei em BH certamente favoreceu a implantação mais rápida", comenta o presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), José Nogueira, ao lembrar que em Jundiaí, o fim das sacolas plásticas foi estabelecido por meio de pacto entre a comunidade, a prefeitura e os comerciantes. Somente a partir do segundo mês de campanha é que em Jundiaí foram atingindo os números atuais de Belo Horizonte.
Veículo: Diário do Comércio - MG