Entidade é contra retirada dos itens dos estabelecimentos antes de uma solução ambiental
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) é contrária às propostas de comercialização ou proibição das sacolas plásticas em supermercados, a exemplo do que tem ocorrido em algumas regiões do País. A entidade defende uma redução de 20% no consumo, além dos 20% que já foram conquistados. "Sugerimos que as pessoas consumam menos sacolas na saída dos caixas dos supermercados, principalmente em pequenas compras", disse o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo. A posição da entidade está baseada no resultado de estudo realizado pelo Instituto Segmento Pesquisas, que ouviu 400 consumidores durante o mês de junho, em que 81,1% dos entrevistados reprovaram a ideia de retirar as sacolas plásticas de circulação no varejo.
Segundo a pesquisa, 42,8% da população é contra a proibição, e outros 38,3% são favoráveis à retirada das sacolas somente quando houver uma alternativa comprovadamente eficaz para substituí-las. "Desistimos da ideia de retirá-las dos estabelecimentos, porque isso iria prejudicar os consumidores sem resolver o problema", afirma Longo. Segundo ele, se as sacolas plásticas forem proibidas nos supermercados, cada família gaúcha será onerada, em média, em R$ 15,00 mensais com a compra de embalagens para destinar seu lixo.
De acordo com o estudo, os entrevistados afirmam utilizar as sacolas plásticas também no destino e reciclagem de lixo, ou para proteger produtos da chuva, entre outras formas de reutilização. "Se eliminarmos as sacolas plásticas do varejo, estaremos na prática apenas trocando a cor do saco do branco para o azul ou preto", diz.
Com a eliminação, os estabelecimentos venderiam 97% mais sacos de lixo e reduziriam os custos com sacolas plásticas em R$ 190 milhões - equivalente a 1,2% do faturamento. Longo também considera que as caixas de papelão e sacolas de pano, já utilizadas por uma pequena parcela da população, não são ideais em determinadas situações, especialmente para quem percorre longas distâncias e depende de ônibus. "O produto de pano tem que ser usado 131 vezes para compensar os danos que o plástico causa no ambiente", informa.
Na opinião do presidente da Agas, para reduzir o consumo de sacolas, as empresas devem melhorar o treinamento de seus empacotadores a fim de economizar no uso, além de melhorar a qualidade do produto distribuído. "Os consumidores podem colaborar, deixando de exigir quando compram um ou dois itens pequenos.
Já o poder público tem que fazer sua parte, intensificando a coleta seletiva e incentivando a criação de cooperativas de catadores de lixo", reforça o dirigente, destacando que apenas 30% dos resíduos são reciclados no Brasil atualmente.
Os resultados do levantamento encomendado pela entidade servirão de subsídio para a programação do II Fórum Agas Ambiental, marcado para o dia 24 de agosto, durante a Expoagas 2011, em Porto Alegre. Na ocasião, a Associação reunirá especialistas, varejo, indústria, imprensa e poder público para debater os prós e contras de embalagens de plástico, papel, algodão, oxibiodegradável e amido de milho.
Veículo: Jornal do Comércio - RS