A lei que proíbe o uso de sacolas plásticas em Belo Horizonte está em vigor desde abril. Uma alternativa para suprir a necessidade das sacolas ecológicas no mercado e não ter que vendê-las a R$ 0,19 cada veio com a BagNews, sacola reciclada que oferece espaço para publicidade. O franqueado em Belo Horizonte, Marcelo Franco, de 36 anos, esclarece que nelas são feitas propagandas das empresas que se interessam em divulgar sua marca. “O cliente não está comprando a sacola, e sim o espaço publicitário”, afirma.
A sacola comporta 70 mídias e, para cada remessa, são produzidas 15 mil. Cada espaço, com 5,4cm de largura e 4,3cm de altura, custa R$ 350. Mas ele pode ser maior. A chamada mídia exclusiva, que tem apenas uma marca na remessa, custa R$ 17 mil. Segundo Marcelo, ele chega a faturar R$ 25 mil, com o lucro variando entre R$ 12,5 mil e R$ 15 mil, dependendo dos gastos com gasolina, internet, telefone e o valor para a produção das sacolas e o frete. “A franquia custa R$ 18 mil. Com o lucro da primeira remessa, mais de 70% do investimento feito já estará quitado.”
Os franqueados têm diferentes formações: são arquitetos, psicólogos e advogados, como Marcelo, que agora se dedica inteiramente à BagNews, na Região Centro-Sul de BH. Ele é responsável pela marca na capital, região metropolitana e em mais cinco cidades, entre elas Pará de Minas e Itaúna. O franqueado busca os clientes que queiram fazer a publicação nas sacolas e seleciona outros que vão receber as remessas, de acordo com as empresas que compram as mídias. Ele distribui as sacolas em pontos da Região Centro-Sul, como livrarias, locadoras e academias. “Ao mesmo tempo em que distribuo gratuitamente para eles, eles fazem o mesmo com os clientes”, comenta Marcelo.
A empresa surgiu em São Paulo, em 2009, quando a Lei da Cidade Limpa entrou em vigor para eliminar a poluição visual. Salvatore Privitera e um sócio tiveram a ideia de criar a BagNews. Com as sacolas recicladas, podiam divulgar a empresa de uma forma ecologicamente correta e sem a poluição visual e ambiental. Mais tarde, abriram a empresa para franquia. A produção é feita na capital paulista, com designers exclusivos para a elaboração. A orientação para os interessados na franquia é que as cidades tenham acima de 40 mil habitantes, para que o franqueado possa ter uma chance maior de vendas e lucro.
De acordo com Salvatore, a previsão é que, até o fim do ano, a empresa fature aproximadamente R$ 5 milhões e, em 2012, chegue a R$ 10 milhões. “Começamos em 2010 e estamos com 21 franquias. Está com ritmo de crescimento muito acelerado”, conta. No início das vendas, um franqueado vende aproximadamente 15 mil sacolas, ou seja, uma remessa a cada 45 dias. Em Sorocaba, na Grande São Paulo, um dos franqueados já fatura R$ 40 mil por mês. “A dificuldade é só no início, quando a pessoa tem que vender a primeira sacola”, conclui Salvatore.
Veículo: O Estado de Minas