Quase 5,7 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos foram recolhidas e destinadas a reciclagem ou queima em janeiro e fevereiro deste ano. O volume é 7% maior do que o registrado no mesmo período de 2011. O tratamento desse resíduo pode resultar em 17 produtos, desde nova embalagem para agrotóxicos até conduítes (tubos para passagem de fiação) ou sacos de lixo hospitalar.
Nos dois primeiros meses do ano, Mato Grosso (que passou de 1,2 mil toneladas de embalagens coletadas para 1,3 mil toneladas) e São Paulo (575 toneladas para 874 toneladas embalagens) foram os estados que mais contribuíram em volume de coleta no bimestre. Paraná ficou em terceiro lugar (de 531 toneladas para 636 toneladas embalagens).
No caso de São Paulo, o aumento foi de 52%. Em Santa Catarina, a quantidade é ainda pequena, com entrega 44 toneladas embalagens. Mas o crescimento foi de 100% sobre 2011.
Para o engenheiro agrônomo João Cesar Rando, presidente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), responsável pela coleta e destinação desse resíduo, o crescimento tem duas justificativas.
De um lado, o procedimento - que recentemente ganhou os holofotes com a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos - já vigora, no caso de embalagens de agrotóxicos, há pelo menos dez anos. Rando avalia que o prazo é suficiente para que a cadeia produtiva (agricultores, comerciantes e fabricantes) conheça a norma e as penalidades, como multas que podem chegar a R$ 1 milhão, em casos extremos de descumprimento da lei. "O fato de ter aumentado 52% em São Paulo nestes dois primeiros meses não quer dizer que este número vai persistir", alerta Rando.
Veículo: DCI