O fim para valer das sacolas de plástico

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Com o término do prazo de adaptação, supermercados da Capital não podem mais distribuir o produto.


A partir de hoje, os consumidores paulistas terão que modificar seus hábitos de consumo e utilizar caixas de papelão, sacolas recicláveis, biodegradáveis ou outras embalagens vendidas pelos supermercados. O prazo de 60 dias concedido para adaptação ao fim das sacolas plásticas nos supermercados terminou ontem.
 
Agora, esses empreendimentos mobilizam-se para obter a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre os sacos de lixo fabricados a partir de plástico reciclável para que seu preço seja menor para o consumidor final. Com a norma que entra em vigor, a expectativa é de que deixem de ser fornecidas 5,2 bilhões de sacolas plásticas por ano no Estado de São Paulo.
 
A Associação Paulista de Supermercados (APAS) anunciou ontem que sua campanha que promove a substituição entra em uma nova fase. A partir de hoje, os associados da entidade seguirão o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado com o Ministério Público e a Fundação Procon-SP. De acordo com o documento, os estabelecimentos não poderão mais entregar sacolas descartáveis.
 
João Galassi, presidente da APAS, informou que não há interesse da entidade em não cumprir a norma. Segundo ele, cabe ao Procon executar a fiscalização. Ele disse que já existem unidades no Estado de São Paulo onde 70% dos clientes já utilizam o modelo retornável.
 
Galassi afirmou que os supermercados estão cobrando por essa variedade (R$ 0,59 a unidade), mas enfatizou que, à medida que conseguirem reduzir seus custos de fabricação, eles serão repassados para os consumidores. "Realizaremos um trabalho para conscientizar os clientes e ajudá-los a utilizar as sacolas retornáveis. Por isso, é importante que todos os estabelecimentos aproveitem datas como a Páscoa e o Dia das Mães, por exemplo", explicou Galassi.
 
Em razão do acordo com o Ministério Público, a Apas tem poderes para tomar medidas para que os seus associados cumpram a norma de não distribuir as unidades plásticas.
Segundo José Eduardo Ismael Lutti, promotor do Ministério Público de São Paulo, levando-se em conta a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os estabelecimentos que continuarem a oferecer as unidades plásticas terão que se responsabilizar pela logística reversa, ou seja, pelo seu descarte ambientalmente responsável.
 
Grandes redes  – O assessor do Grupo Pão de Açúcar, Paulo Pompillo, informou que o empreendimento recebe 600 milhões de clientes por ano em todo o País e que as campanhas de esclarecimento em suas unidades têm apresentado bons resultados, com índices baixos de reclamações.
 
Quando questionado quanto às queixas de consumidores que se sentem lesados por terem que pagar pelas sacolas a partir de agora, ele argumenta que esse custo era repassado anteriormente aos clientes. Agora, a rede compromete-se a repassar a redução dos custos das unidades fabricadas a partir de fibras naturais. A rede também discute outras alternativas para substituir bandejas de isopor e filmes que envolvem os alimentos para que toda a cadeia se torne sustentável.
 
O diretor de funcionários do Walmart, Carlos Ely, afirmou que a empresa tem em prática um acordo com seus fornecedores para estimular o uso de revestimentos recicláveis.
Pequenos – Na rede Futurama, o gerente Edson Backman, da unidade de Santa Cecília, os consumidores já estão adquirindo as sacolas biodegradáveis.
 
Backman observou que a maioria dos frequentadores estão mais conscientes e utilizam as sacolas de ráfia que foram oferecidas no aniversário do empreendimento. "Esses frequentadores representam cerca de 10% de todos os consumidores que passam por aqui por dia", acrescentou.



Veículo: Diário do Comércio - SP


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